Comemora-se neste mês de junho de 2009 o aniversário de 50 anos da moderna Transcomunicação Instrumental (TCI). O marco da era moderna aconteceu em 12 de junho de 1959, quando Friedrich Jürgenson (1903–1987), artista sueco, utilizando seu gravador de rolo gravou as primeiras vozes de supostos espíritos em sua casa de campo. Desde então, a TCI tem evoluído para diversas modalidades de comunicação e em crescente número de pessoas interessadas.
O que é o fenômeno da Transcomunicação Instrumental?
Apesar de 50 anos de história, ainda não chegamos a um consenso plenamente aceitável: essas vozes e imagens são realmente de pessoas falecidas que outrora viveram no planeta Terra? Essa pergunta pode parecer antiquada para aqueles que já aceitaram a TCI como uma comunicação irrevogavelmente comprovada de seres espirituais.
No entanto, não é bem assim. Já faz muitas décadas que o leque de possibilidades se abriu. A aceitabilidade que a comunicação seja apenas de espíritos se estendeu para outras categorias; não mais seriam apenas espíritos.
Segundo alguns pesquisadores, englobar-se-ia também seres espirituais que nunca habitaram o planeta Terra (seres extraterrestres, por definição) e altas entidades de profundo saber e conhecimento, não humanas (também seres extraterrestres, por definição). Isto tudo é ainda uma grande incógnita e, para falar a verdade, ainda se conhece muito pouco sobre a verdadeira natureza desse fenômeno.
É verdade que o debate sobre outros mundos ou outros universos paralelos não é mais nenhuma heresia nos dias atuais. E não digo que essa aceitação ao tema se restrinja aos campos além da fronteira da ciência ou de filosofias mirabolantes.
A discussão de universos paralelos ou realidades coexistentes com a nossa é plenamente bem discutida dentro do mundo científico, principalmente no campo da física teórica. Se existe um universo paralelo ao nosso — que, sob nosso ponto de vista é não físico —, o óbvio questionamento é sabermos se nessa realidade existem seres pensantes e inteligentes e, caso existam, haveria a possibilidade de uma comunicação conosco?
Para outros pensadores a comunicação pela TCI nada mais seria do que uma ação parapsicológica sobre os aparelhos, ou seja, o produto das vozes, imagens e textos — atribuídos a um mundo espiritual — seria a nossa própria natureza em ação. As vozes seriam apenas uma criação produzida por nossa mente.
Este é o fenômeno que a parapsicologia chama de psicocinese, a ação da mente sobre a matéria. Também não há explicação concreta e resultados experimentais satisfatórios para que aceitemos completamente essa hipótese como última elucidação do fenômeno da TCI.
Os aparelhos utilizados nas pesquisas
Passados 50 anos, ainda utilizamos largamente aparelhos que não foram projetados especificamente para este tipo de pesquisa. Os pesquisadores e experimentadores em geral costumeiramente ainda usam aparelhos comuns, como gravadores de fita cassete ou digitais, computadores, microfones, câmaras de vídeo e televisores.
Entretanto, ao longo dos anos muitos aparelhos ou sistemas de aparelhos foram desenvolvidos para fins específicos, como o psicofone. No entanto, eles foram abandonados no tempo por não oferecerem maiores resultados expressivos como antigamente.
Além disso, alguns sistemas deram resultados para alguns pesquisadores, mas ao serem replicados por outros se tornaram um retumbante fracasso. A parcela humana de contribuição para o êxito das gravações parece estar mais do que clara em alguns casos de maior expressão do fenômeno.
A era do computador chegou e tem auxiliado as pesquisas de TCI de modo indispensável. Softwares foram criados com o objetivo específico de melhorar as gravações das “vozes”. Nos experimentos, o pós-processamento do áudio gravado tem clareado substancialmente as amostras, e funcionam hoje como “lapidadores de diamantes”.
Fazendo uma analogia, muitas vezes uma amostra de voz gravada em uma sessão de TCI é como um diamante em estado bruto, e que só após vários processamentos (filtros diversos), brilha e mostra toda sua clareza e beleza.
Softwares também têm sido usados para estudar a arquitetura da construção das vozes e demonstrá-las que, de fato, elas contêm um componente de “mistério” em sua formação; contêm anomalias na estrutura do sinal de voz — que até o momento segue sem explicação.
A criação de software e hardware específicos
Quais serão os próximos caminhos da TCI? Aonde queremos chegar? Como tornar o fenômeno mais evidente, claro e concreto, e não um amontoado de ruídos dúbios ou de imagens abstratas?
Não me refiro a que todas as gravações de áudio ou imagens sejam hoje dúbias e nebulosas, já que houve avanços em sua qualidade. Porém, uma fração ainda o é. Em minha opinião, certamente um dos caminhos para se obter um grande êxito nesta área é a busca de se criar hardwares específicos para tal pesquisa.
Aparelhagens construídas para tal fim serão um dos pilares para o avanço na área. Já a parte de software trará a validação necessária e, certamente, também, será útil com a criação de aplicativos específicos para tal objetivo.
Notadamente, pela observação nos experimentos o fenômeno envolve algum tipo de energia ainda desconhecida. A busca pelo avanço na área certamente também encontrará essa incógnita a ser decifrada.
A área de áudios só se tornará um fenômeno inegável quando chegarmos no dia em que, após a realização de um experimento, não mais precisarmos voltar a gravação ao início para se procurar a suposta voz paranormal incrustada em algum trecho.
Ela terá que ser clara, inteligível, audível no ambiente (por todos), e que possibilite um diálogo em tempo real. Isso já foi obtido por alguns pesquisadores no passado, e hoje poucos o conseguem. Para esses casos que ocorreram no passado e ocorrem atualmente parece haver o fator humano como facilitador. Hoje chamamos tais pessoas de médiuns de efeitos físicos ou psíquicos.
Entretanto, a Transcomunicação Instrumental é um fenômeno de massa, e não um privilégio restrito a um grupo que detém um conhecimento secreto ou que possua supostos dons extragalácticos. Está claro que o fenômeno, em alto nível de qualidade, terá que ocorrer com todos, e não apenas com segmentos restritos de pessoas privilegiadas.
O limiar entre as interferências e as supostas vozes reais
Dito isto, observamos que continuar usando hoje um gravador de fita cassete nos experimentos nunca trará um resultado desse nível citado, simplesmente porque este aparelho não foi projetado para tal finalidade. Além do mais, a fita cassete é uma tecnologia ultrapassada e já foi sepultada faz tempo.
Na verdade, tecnologias ultrapassadas ainda funcionam com a TCI, mas seus procedimentos operacionais têm sido mais trabalhosos. Então, por que se agarrar ao passado? Provavelmente, a maioria das “vozes” que são gravadas hoje já poderia estar em um nível de qualidade altíssima. Refiro-me a “vozes” audíveis em tempo real e de clareza unânime.
Supostamente, o problema que impossibilite este recurso está no impasse do mecanismo de formação das “vozes” não ter encontrado suporte necessário no nível das nossas aparelhagens. Seria como se o fenômeno já estivesse completamente disponível e acessível por aí, bastando apenas que disponibilizássemos um captador específico ou realizássemos uma transdução do sinal (transformação de uma energia em outra energia, de natureza diferente).
E vamos além. Continuar usando um aparelho de rádio comum, seja em ondas curtas ou em qualquer frequência, dificilmente trará validação e comprovação do fenômeno. O rádio foi primeiramente usado pelo pioneiro Friedrich Jürgenson, e desde então tem sido utilizado largamente.
Entretanto, sempre haverá o componente de dúvida ao se usar um rádio. Este aparelho está sujeito a inúmeras interferências, mesmo quando está entre estações radiofônicas (apenas “chiando”). Seu uso nos experimentos de Transcomunicação sempre virá acompanhado da seguinte dúvida: será que essa voz é mesmo uma ação paranormal ou seria uma interferência qualquer, uma captação comum, e que interpretei erroneamente?
Sei que existem algumas técnicas para se dirimir esta dúvida, como, por exemplo, a observação da menção constante do nome do experimentador nas captações ou o registro da gravação ser pertinente ao conteúdo das perguntas realizadas pelo experimentador. Nestes casos, evidencia-se uma ação não aleatória ou casual de uma onda sonora terrestre qualquer viajando pelo espaço, mas sim uma ação direta direcionada ao pesquisador.
Há também as Vozes Diretas de Rádio (VDR) que oferecem um impacto mais real de sua possível natureza paranormal, apesar de em média os aparelhos de rádios comuns oferecerem o componente da dúvida em suas pesquisas.
É verdade que em qualquer tipo de gravação de áudio podemos averiguar a suposta voz paranormal e analisá-la no nível de sua estrutura, ao verificarmos anomalias que ali não deveriam existir. Ou, também, no caso da amostra ser de qualidade apreciável — e se suspeitar que tenha sido de uma entidade não física conhecida —, poderá compará-la com um registro de voz dessa pessoa quando estava viva.
Entretanto, essas análises são mais demoradas, mais trabalhosas, e não acessíveis a todos. Elas são fundamentais para a comprovação do fenômeno e seriam ideais de ser obtidas em metodologias e meios confiáveis, aspecto que o rádio não oferece plenamente.
As imagens e a pareidolia. Como distinguir o imaginário do real?
Com referência ao campo de imagens e vídeos, a técnica de retroalimentação, em canal aberto de TV, segue defasada pelo mesmo motivo: a possibilidade de se obter registros espúrios, absolutamente terrenos.
Este campo de experimentação ainda segue em dificuldades. A pareidolia está fortemente presente em inúmeras imagens registradas. Nossa mente continua a procurar padrões onde muitas vezes não existe absolutamente nada, ou melhor, existem apenas abstrações aleatórias e desconexas.
É verdade que há exceções, apesar de olhos externos à TCI observarem que nossas técnicas atuais ainda estão se desvencilhando do puro amadorismo. Há dificuldades que esperamos superar nos próximos anos com o avanço e amadurecimento das pesquisas que já seguem atualmente.
O futuro da TCI estará provavelmente na construção de novos sistemas de aparelhagens. São muitas as áreas que ainda necessitam pesquisa, além dos clássicos modos de comunicação por som e imagens. As pesquisas prosseguem, mesmo sem nenhum tipo de investimento oficial.
gostaria muito de aprender a técnica, por favor me ajudem
Quando minha filha teve o primeiro filho, passei minha câmera analógica cannon para que seu, então marido, registra-se o parto da criança, a pedido dele.
Tal foi o espanto que entre uma das fotos uma imagem de um rosto fundindo com outro, dando idéia de movimento, se posicionou na parede, com o flash, ao lado dos médicos que operavam a cirúrgia,
Na época providenciei um ampliação da foto e o rosto ficou bem nítido.
Cético, acreditei tratar-se de um jogo de luz e sombra. Embora os outros avós tenham identificado pelo espiristismo cristão, a presença do anjo da guarda do netinho, hoje com 12 anos.
Muita água correu debaixo da ponte. Hoje estudo o Kardecismo e frequento um grupo de estudos do evangelho de Kardek.
As fotos desapareceram, só restando uma, em tamanho reduzido, que guardo comigo. Os espíritas dizem tratar-se de uma entidade espiritual eu, me volto para a ciência e procuro acreditar que não existe acaso, que esta imagem antecipou conflitos e dificuldades com obstáculos a serem vencidos na vida, comprovados com o passar dos anos.
Por ser um profissional da comunicação (trabalhava em televisão na época) e sou apaixonado pela linguagem das imagens, sejam paradas ou em movimento, desde que tenham estética, sentimento, continuo a crer e não crer que aquela foto registra um momento sobrenatural.
O que vc pensa? E gostaria de saber porque seu site está estático?
Paulo Luiz Chripim Lessa
Paulo,
Difícil dizer sem ver e analisar a fotografia. Por favor, remeta-a a meu e-mail. De qualquer forma, um rosto que aparece numa fotografia, comumente chamado de “extra”, vai ser muito difícil provar ser algo de natureza sobrenatural. A fotografia tem seus limites na questão das provas.
olá alexandre como está não deu mais notícias suas um forte abraço,.
Olá Charles, tudo bem?
Como andam as pesquisas aí na FEEB? Contamos com você para melhorar os experimentos de áudio e o controle de ruído externo no ambiente. Abraços