Por José Carlos Lucas
Revista de Espiritismo, n. 26, 1995.
Revista de Espiritismo (RE) – Ao falar de TCI (Transcomunicação Instrumental – comunicação com os “mortos” por meios eletrônicos), muita gente se empolga, misturando-a com espiritismo. Que pensa disso?
Hernani Guimarães Andrade (HGA) – Sempre que possível temos evitado relacionar a TCI com o espiritismo apenas. Esta posição é necessária porque, pela sua natureza, a TCI é uma “tecnologia científica” que surgiu independentemente de qualquer atitude ou base religiosa. Ela poderá ter implicações religiosas apenas nos seus efeitos.
Neste caso, ela não se destinará a sustentar nenhum credo especial. A TCI unicamente funcionará como uma evidência de apoio à hipótese da sobrevivência após a morte física e à comunicabilidade com o plano espiritual. Este aspecto é comum a todas as religiões espiritualistas. Talvez seja esta uma das razões pelas quais a Igreja Católica não se opôs à TCI.
Um ou outro adepto do catolicismo, como o padre Quevedo no Brasil, tem-se colocado contra a TCI. Mas isto está ocorrendo, também, por parte de alguns espíritas, os quais procedem por razões pessoais. Isso é natural, pois há muita gente, mesmo nos EUA, que não aceita o evolucionismo biológico, e que admite o que a Bíblia ensina! Que fazer?
RE – Existe perigo em praticar a TCI?
HGA – Pela experiência pessoal que já tenho, posso afiançar-lhe que não há perigo algum na prática da TCI. Naturalmente, em qualquer tipo de transcomunicação com entidades espirituais, a conduta do operador é que vai determinar a sua maior ou menor vulnerabilidade às ações obsessivas das entidades.
Se o experimentador possuir um caráter mau e uma conduta reprovável, seja ela uma simples atitude anticristã, já poderá colocá-lo em risco de atrair entidades obsessoras que poderão levá-lo à ruína. O perigo não está na natureza da operação comunicadora e sim na qualidade moral do operador.
RE – Qual o melhor local para praticar a TCI?
HGA – Sem dúvida que o melhor local para a prática da TCI é uma sala situada num lugar tranquilo, isenta de curiosos e em caráter reservado. As sessões espíritas não parecem muito adequadas a este tipo de experiências. Não há necessidade de nenhuma cerimônia místico-religiosa, pois as operações são sobretudo executadas pelos técnicos do plano espiritual que dispõem de maior parcela de recursos para um trabalho bem sucedido.
RE – Como vê a TCI no futuro?
HGA – Achamo-nos diante de uma das maiores descobertas do século XX; talvez mais importante do que a constatação do acerto da teoria do Big Bang, realizada graças ao satélite COBE (Cosmic Background Experimenter).
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