(Foto: Divulgação)

Por Karl W. Goldstein
(pseudônimo do engenheiro civil e parapsicólogo Hernani Guimarães Andrade)

 

Livro Transcomunicação Instrumental (Coleção Folha Espírita, vol. 1, pág. 153-156, São Paulo, 1992).

 

Quando Friedrich Jürgenson, no dia 12 de junho de 1959, tentando gravar o gorjeio dos pássaros, captou as primeiras vozes em seu gravador, ele realizou, sem o saber, o maior feito deste século XX. Até então, Jürgenson não entendia absolutamente nada acerca da técnica de obter vozes dos espíritos por meio de gravadores em fita magnética.

Entretanto, ele se tornou o pioneiro da Transcomunicação Instrumental (TCI) e um dos maiores transcomunicadores do mundo. Jürgenson começou pelo início, isto é, pelo gravador de fita magnética. Este método é hoje denominado Fenômeno das Vozes Eletrônicas (EVP).

Temos recebido várias cartas consultando-nos sobre como aprender a gravar as vozes dos que já morreram. Dada a importância e mesmo a transcendência desse fenômeno, é natural que as pessoas logo imaginem que sua operação demanda uma tecnologia avançadíssima e uma aparelhagem complexa como o painel de uma nave espacial. Nada disso!

O processo é simples e acessível a qualquer indivíduo que saiba manejar um gravador. Porem tal fato não significa que a coisa seja também tão banal assim, como, por exemplo, colocar uma fita magnética no gravador e deixa-la correr para gravar…  Tudo neste mundo exige certo esforço e habilidade para realizar-se a contento.

A gravação de vozes requer paciência, persistência, treinamento dos ouvidos e… porque não, a disposição e boa vontade por parte das vozes (espíritos) em manifestar-se pelo sistema EVP, colaborando com o transcomunicador encarnado.

A princípio, Jürgenson não sabia absolutamente nada a respeito da técnica do EVP. Nem mesmo estava pensando em gravar vozes de pessoas já falecidas. Entretanto, o fenômeno manifestou-se espontaneamente. Com o passar do tempo e devido à perspectiva com que passou a investigá-lo, as próprias vozes ensinaram-no como melhorar a técnica da TCI por meio de gravador (EVP).

Friedrich Jürgenson, o início de tudo em 1959 (Foto: Divulgação)

O transcomunicador principiante deve naturalmente começar as suas primeiras tentativas usando um gravador equipado com um microfone. Coloca-se uma fita virgem, e procede-se da mesma forma que se usa para gravar uma entrevista. Somente o “entrevistado” é um ser invisível e às vezes desconhecido.

Pode convidar-se um amigo, ou um parente falecido, para dizer algumas palavras enquanto a fita do gravador está em movimento. Mas, só se terá certeza de quem se manifestou, após retornar a fita magnética e repassa-la para reproduzir a gravação feita.

Geralmente a ausência de vozes gravadas será o resultado mais provável. Não obstante, algumas pessoas conseguem, logo no início, captar uma frase ou palavras.  São raros os sucessos logo no começo como aconteceu com Friedrich Jürgenson. Assim, por exemplo, a Sra. Monique Simonet conta em seu livro À l’écoute de l’invisible [Ouvindo o Invisível], como se deu a sua primeira experiência de TCI por meio do gravador eletrônico. Foi assim:

Monique havia perdido seu pai. Tanto ela como sua mãe ficaram abaladíssimas com a morte do chefe da família. Uma certa ocasião, em que ela folheava distraidamente uma revista de dezembro de 1978, teve sua atenção vivamente atraída para um artigo cujo assunto era o registro das vozes do Além.

O autor da referida matéria escrita era o Dr. Konstantin Raudive. Ela o leu com o máximo interesse, depois comentou-o com sua mãe. Resolveram, então, tentar o contacto com o falecido Sr. Simonet, usando um antigo gravador que lhe houvera pertencido.

O almoço ia ser servido. Se o velho estivesse vivo, certamente gostaria de participar da refeição. Estaria ele presente? Monique havia colocado uma fita virgem no gravador. Aproximou-se do aparelho, calcou as teclas para a gravação e, embora cética, realizou a primeira tentativa:

— A senhora já fez o café, mamãe?

— Sim, já fiz o café.

— Papai, o senhor gostaria de tomar uma xícara de café?…  Gostaria?

— Em todo o caso, Monique, se o Papai nos ouve, ele deve recordar-se de que gostava bem de seu café!…

A conversa entre Monique e sua mãe continuou um pouco mais, nesse tom. Antes de se sentarem à mesa para o almoço, retornaram a fita e, com o coração aos pulos, tremendo de emoção, procuram ouvir o que fora gravado… Eis o resultado surpreendente:

— Papai, o senhor gostaria de tomar uma xícara de café?

— Sim!

— Gostaria?

— Sim, já lhe disse!

Aquela voz masculina, com a entonação bem reconhecível, era a voz do pai de Monique! Ambas, Monique e sua mãe tiveram um choque e entraram a chorar de emoção. Voltaram a escutar o trecho gravado, uma, duas, três e mais vezes, para se certificarem bem de que o que ouviram não era uma ilusão auditiva. Porem a voz do Sr. Simonet lá estava, clara, inconfundível:

— Sim! Eu já lhe disse!

Pesquisadora francesa Monique Simonet acredita ter registrado a voz de seu falecido pai pelo gravador (Foto: Divulgação)

Não obstante, ainda restava uma ponta de dúvida a ambas. Marie-Therese iria chegar; era uma amiga da mãe de Monique e viúva há mais de trinta anos. Quando ela compareceu mais tarde, contaram para ela o ocorrido. Ao ouvir o trecho gravado na fita magnética, exclamou:

— Como é possível isso?! É o Raimundo… Ele respondeu… é fantástico, não consigo acreditar…

O capítulo do livro em que se encontra este início de relato é muito extenso e contém outros episódios semelhantes, em que Monique Simonet passou a dedicar-se à pesquisa do EVP, prestando inestimável ajuda a inúmeras pessoas que, tendo perdido seus parentes queridos, recorrem a ela para obter notícias dos entes amados já falecidos.

O livro de autoria de Monique é riquíssimo em informações a respeito da TCI.  Entretanto, sua autora partiu da simples experiência do gravador (EVP), e a própria prática foi ensinando a ela como aperfeiçoar a técnica desse processo de comunicação com os espíritos.

——

Nota do editor do site ‘Além da Ciência’: os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessária e irrestritamente, a opinião e suporte deste website. O material está sendo disponibilizado aqui para estudo e pesquisa, sendo que cada um deve fazer o seu próprio julgamento.
Este texto foi publicado originalmente em um capítulo do livro Transcomunicação Instrumental de Karl W. Goldstein com o título original de “Primeiros passos na gravação de vozes do Além”. As fotografias não continham no original e foram inseridas pelo webmaster.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui