As pessoas procuram desesperadamente por respostas mais rápidas e pessoais na astrologia, longe da aparente frieza da ciência e do seu calculismo. Utilizando-se de uma “astronomia personalizada”, que interaja e responda questões de ordem emocional e profissional, o cidadão adentra numa espécie de autoconhecimento, e busca respostas às suas ânsias, já que não consegue por outros meios.
A validade da astrologia
Ainda veremos aos montes essa corrente anticientífica da astrologia se propagar. A impopularidade do ceticismo contribui para deixar espaço a uma variada gama de respostas.
Além disso, há o próprio misticismo natural do homem, que remota a tempos antigos, quando deuses superiores chefiavam a Terra e mandavam terremotos, eclipses e catástrofes. Para alguns, a primeira ideia da astrologia é fazer uma ligação direta com o fantástico.
O que vemos hoje é a multiplicidade de opiniões de diferentes astrólogos. Consulte cinco astrólogos e imediatamente você terá cinco respostas diferentes para a sua situação na vida. Alguns traçam a personalidade do cliente em um desenho do mapa astral e batem um papo de uma hora com ele.
Outros astrólogos dão o parecer por escrito e, na leitura do mapa astral, o cliente vai se identificando com o que lê. Se ele discordar de certos aspectos de sua personalidade descritos ali, retorna ao astrólogo, e este amplia a gama de possibilidades, estendendo agora para um leque mais amplo.
Consequentemente, várias pessoas se veem retratadas no mapa astral. É uma cartola sem fundos que sai todo tipo de coelho. Além disso, os astrólogos fazem seus mapas astrais com cálculos somente de asteroides conhecidos, como o Quirón. No entanto, centenas de outros asteroides estão sendo descobertos todos os dias, vide a missão Near-Earth Object Program (NEAR) da NASA.
Questionando a confiabilidade da ciência
A questão da confiabilidade na ciência é sempre posta em pauta pelos astrólogos. Podemos acreditar nos cientistas? A ciência caminha construindo verdades parciais, apesar de ela esbarrar em muitos erros ao longo da história — compreensíveis em sua maioria, principalmente nas ciências incipientes. Novos conhecimentos sempre trazem alvoroço àqueles que não querem abandonar o velho mundo.
As pessoas nem precisam acreditar que algum cientista descobriu algo espetacular. Reproduza o feito no laboratório e veja com os seus próprios olhos. A reprodutibilidade é uma arma poderosa contra o charlatanismo. Ao contrário da ciência, é curioso presenciar diferentes astrólogos apresentarem variadas conclusões contrárias sobre um mesmo acontecimento.
Já que a astrologia é um conhecimento milenar, o que se esperaria era uma resposta uniforme dos astrólogos, mas o que vemos na realidade é que ninguém ainda estabeleceu qual a correta metodologia adotar.
Astrólogos “profissionais” dizem que apenas os astrólogos sem formação realizam previsões astrológicas. Eles afirmam que as previsões são da época de Ptolomeu e não são mais usadas por astrólogos “profissionais”.
Outros astrólogos dizem que não podem prever fatos específicos, mas apenas acontecimentos amplos. Contrariando a isso, podemos ver astrólogos lançando previsões do sobe e desce das bolsas de valores, que é uma movimentação bem ampla e ramificada.
É claro, seus mapas com acertos só aparecem depois da previsão, informando qual dia e hora não estava favorável para uma aplicação financeira. Quando aparecem antes, eles são “horoscopia”.
“Poderosa força”
Além de não ser ciência, a astrologia parece querer se transformar em um conhecimento autônomo e desprovido das leis da física. Se seus alegados efeitos não estão ligados à gravitação, então ela somente poderia estar ligada a uma “poderosa força” ainda não conhecida dos físicos — algo que realmente seria espetacular —, penetrando nas conexões neurais e informando questões da vida de um cidadão.
Até Isaac Newton ficaria surpreendido com tal “força”; e se tal “poderosa força” realmente existisse, seria uma revolução.
Alguns astrólogos mais “cautelosos” afirmam que os astros não “influenciam” o ser humano, e sim que apenas “indicam”. Segundo eles, seria indicar uma qualidade real no ser humano, um evento ou ideia. Na verdade, não faz muita diferença conceitual utilizar qualquer dos dois termos.
O significado de indicar é de demonstrar, de revelar, de apontar com o dedo para mostrar algo. Não difere muito do fato de interagir com o homem e com sua mente.
Enquete
O site da revista LIFE está fazendo uma enquete sobre astrologia. Até o fechamento deste artigo, o resultado era:
Sexo:
Macho: 632
Fêmea: 1253
Idade:
Abaixo de 12 anos: 8
de 13-29: 535
de 30-49: 999
50 em diante: 325
Signo:
Não Selecionou: 163
Aries: 131
Touro: 128
Gêmeos: 168
Câncer: 158
Leão: 163
Virgem: 147
Libra: 141
Escorpião: 157
Sagitário: 143
Capricórnio: 161
Aquário: 149
Peixe: 143
Não conhece: 12
A descrição do signo diz a personalidade:
Sim: 1578
Não: 317
Toma decisão importante baseado no horóscopo:
Sim: 645
Não: 1253
Acredita em astrologia:
Sim: 1355
Não: 542
Frequência de consulta ao horóscopo:
Diariamente: 560
Semanalmente: 458
Mensalmente: 294
Raramente: 372
Nunca: 227