Em uma lista de discussão sobre ufologia, o ufólogo Eustáquio Patounas apresentou a história de um rapaz, residente de Florianópolis, que dizia estar em contato com extraterrestres, e que teria fotografado a nave deles. A foto foi apresentada aos membros da lista de discussão.
Posteriormente, um usuário da lista descobriu que a foto apresentada pela testemunha era muito semelhante a uma foto antiga dos arquivos da ufologia — de autoria de Mário Mori e datada de 1982. O usuário fez a comparação entre as duas fotos. Vejam abaixo:
A foto do caso Florianópolis, de 2004, e a foto de Mori, de 1982, são extremamente semelhantes. Elas indicam ser a mesma foto, o que deflagra a fraude e consequentemente coloca toda a narrativa da testemunha do caso Florianópolis em xeque. Em um comparativo preliminar entre as duas fotos podemos notar que existem pontos semelhantes entre as duas:
1 – Inclinação do objeto;
2 – Um ponto de luz na esquerda do objeto existe nas duas fotos;
3 – A iluminação da cúpula na sua parte inferior é a mesma;
4 – A iluminação do corpo do objeto em seu eixo equatorial é a mesma;
5 – Um ponto de iluminação no centro do objeto é semelhante.
Semelhanças e dessemelhanças entre as duas fotografias
No comparativo entre as duas fotografias, cada ponto é indicado acima. No ponto 1 vemos igual inclinação do objeto, salientando também o mesmo formato. No ponto 2, podemos notar que existe um ponto de luz nas duas fotos. Este ponto de luz na foto de 1982 é justamente o mais luminoso dentre outros que lá se encontram.
Sobre este ponto à esquerda do objeto, aparenta não estar em igual distância nas duas fotos. Entretanto, isto pode ser facilmente rearranjado na maquinação do produto final, recortando e colando o objeto em posição não coincidente.
Sendo essa foto uma fraude digital, pode-se facilmente recortar partes da foto original e rearranjá-las em uma disposição e cenário diferentes. Um cenário diferente não justifica pontos contra a tese da fraude.
Um exemplo de fraude deste tipo é usar a técnica da dupla exposição, que tem a intenção de transportar um objeto para outro cenário diferente. Para qualquer mal intencionado, um mínimo de cuidado é não repetir o mesmo cenário novamente.
Ademais, pode ter sido aplicado uma saturação em brilho e contraste na fotografia do caso Florianópolis, a partir da foto original. O que adiciona pontos em favor da fraude é que, mesmo com essa iluminação saturada, as sombras e luzes do objeto são as mesmas (ponto 3). Isto se aplica também ao ponto 4.
Sumário das semelhanças
A semelhança do objeto (o “disco voador”) nas duas fotos distintas adiciona pontos a favor da fraude. A falta de dessemelhança ajuda a derrubá-la quando tem todo um corpo contra: a forma, o ângulo de inclinação, sombras, luzes, detalhes mínimos internos que coincidem (ponto 5).
A iluminação tem detalhes nos mesmos pontos, além de existir um ponto de luz, à esquerda do objeto, que também aparece na foto de 1982. Enfim, as coincidências são gritantes. As fotos são extremamente semelhantes.
Não há mais o que se possa fazer por essas fotos. Elas coincidem. Se fosse apenas o mesmo formato do objeto não seria tão evidente a fraude, porém a iluminação também coincide em detalhes — e até uma pequena protuberância iluminada no centro do objeto (ponto 5) são semelhantes, como indicado na análise acima.
Foto de máquina digital
Essa foto do caso Florianópolis foi tirada por câmera digital, o que dificulta atestar sua veracidade, devido à possibilidade de manipulação digital. Alguns membros da lista de discussão disseram que a foto ainda se encontrava na memória da máquina e isto dificultava a possibilidade de fraude. Na verdade, essa questão não nos permite segurança alguma de autenticidade.
Pode-se criar um arquivo de imagem no computador e transferir para a máquina. As máquinas digitais permitem a entrada e a saída de dados. Além disso, essa foto do caso Florianópolis pode ser a fotografia de uma foto já existente, tese que está sendo sustentada aqui. A testemunha olhou a fotografia em uma revista e a fotografou com sua máquina.
Ao analisar uma foto digital, o analista fotográfico terá que dissipar a seguinte dúvida: quem pode me afiançar, neste mundo ufológico abarrotado de fraudes fotográficas, que esta foto não seja apenas mais uma manipulação digital?
Se câmeras com negativos já são difíceis em descobrir a fraude, com as digitais fica precisamente mais complicado validá-las como real, devido à facilidade de adulterá-las. O arquivo digital pode ser facilmente manipulado por softwares de edição de imagens.
Enredo rocambolesco
A história contada pela testemunha é nebulosa e cheia de dúvidas. Ela alega ter viajado a outro planeta, doze anos à frente do nosso tempo.
Por ser uma história nebulosa, é verdade que a narrativa esdrúxula não prova que a fotografia é uma fraude, mas sabemos que um lastro grande de pessoas já apareceu contando um enredo parecido, e todos eles eram uns bons falsificadores. Todas essas suspeitas vão somando pontos a favor de uma fraude.
É difícil para qualquer pesquisador atestar a veracidade de histórias como essa porque sempre nestes episódios as profecias do informante não se concretizam ou elas são inverificáveis no momento atual.
Um exemplo dessas alegações inverificáveis é quando o contatado diz que conversou com extraterrestres de um planeta numa galáxia distante, local onde floresce uma civilização altamente tecnológica. Com a nossa tecnologia atual, ninguém poderá checar se esta informação é verdadeira.
A ufologia é uma área pra se analisar friamente e não para se apaixonar amorosamente. Essa posição deriva-se do lastro de décadas de fraudes. É tanta fraude que qualquer evidência física que apareça tem que ser escrutinada friamente; ainda mais, quando nestes casos envolvam alguém que afirma que esteve em outro planeta.
Temos inúmeros exemplos semelhantes do passado, como os autodenominados contatados Adamski, Samartin, Allingham e Bethurum, que nos faz ficar mais duvidosos com o que vier.
Admissão de fraude
Posteriormente, o ufólogo Eustáquio Patounas mandou um e-mail à lista de discussão confirmando que a testemunha confessou que todo o episódio era uma fraude. O rapaz ficou revoltado e chamou a todos de ignorante. Realmente, essa atitude foi mais um ponto negativo para ele.
Finalmente, o caso Florianópolis está carimbado de fraude, assim como a sua fotografia. O caso está finalizado e a testemunha entra para a famosa galeria (longa, mas sempre cabe mais um) dos falsários da ufologia. É, a ufologia brasileira começou com a fraude do caso Barra da Tijuca, e a ufologia online, em tempo real, começou com uma fraude também.
Veja também
O jornalista e ufólogo Jeferson Martinho, do portal revista Vigília, escreveu um artigo detalhado sobre toda essa história: “Caso Florianópolis” expõe vulnerabilidades da pesquisa de abduções.
Mario mori é fotógrafo muito respeitado na Londrina, revelou muitas modelos(A) .No ano de 1982 ele teve essa sorte de fotografar esse objetivo em Londrina. No ano de 2009 ele dá entrevista para um programa por nome de MAIS VER da ric tv filiada da rede Record.