O autoproclamado paranormal israelense Uri Geller pretende emperrar as armas nucleares que existem no mundo. É ele quem anuncia seu desejo: “Acredito que, com o poder da mente, quatro bilhões de pessoas possam se concentrar por 30 segundos e parar essas armas nucleares […].”
Um gesto nobre, se funcionasse. Coincidência ou não é que, neste mesmo período, Geller está lançando seu romance autobiográfico chamado ELLA. A mídia também está anunciando que ele pode vir este mês ao Brasil.
Reza a lenda que, tempos atrás, Geller havia parado com a “força da mente” um banner eletrônico que continha uma propaganda sobre vegetais. Ele achou ofensiva a publicidade e emperrou o letreiro. Essa é somente mais uma das estórias mirabolantes do universo mítico de Geller.
Críticas dos céticos
Por hora, nós apenas podemos permanecer céticos ao ouvir alegações de que ele consiga parar mentalmente as armas nucleares com a ajuda do “esforço mental” de bilhões de pessoas.
Por outro lado, alguns defensores reclamam que os alegados paranormais não precisam provar nada à ciência, acrescentando que o ceticismo é retrógrado e os céticos são maldosos.
Porém, quando algum autoproclamado paranormal aparece anunciando um feito grandioso deste tipo, o que nós podemos minimamente exigir?
É claro que, se alguém alega que é apto de realizar algo dessa monta, ele precisa provar que é realmente capaz. Nestes casos, nem é necessário ser um ativista cético pra questionar, pois esta é a mais elementar reação de qualquer ser humano que use da ferramenta da dúvida.
Armas nucleares de Saddam
No início deste ano aconteceu um grande alvoroço com a iminência de uma guerra. O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, queria vasculhar os palácios de Saddam Hussein em busca de armas nucleares escondidas e de suas fabricações.
Sendo irônico aqui, por que será que não informaram ao Clinton que existem os serviços do Geller para poder emperrar todas as armas nucleares com a “força mental”? De antemão, não precisaríamos nem saber se o ditador mantinha armazenado, de fato, os armamentos em seu país.
Ao invés de reunir a concentração de quatro bilhões de pessoas, seria mais urgente para nós sabermos se Saddam fabrica e armazena as armas nucleares e, caso positivo, pará-las.