Rostos do incognoscível

No programa televisivo do jornalista e escritor espanhol Javier Sierra, o pesquisador de imagens paranormais Alfonso Galeano apresentou algumas de suas imagens que mostram aparentes rostos humanos de pessoas que já faleceram. As imagens surgiram na tela da sua televisão de forma aparentemente anormal.

Segundo Galeano, essas imagens foram captadas por uma técnica que utiliza uma TV e uma câmera de vídeo. O funcionamento de um de seus experimentos é bem simples: a câmera é focada na tela da TV e, por meio de um circuito de retroalimentação, é gravada a imagem. Galeano acredita que os rostos que ele registra na TV são de origem de um mundo espiritual.

O pioneirismo na captação de imagens anômalas

Este experimento de registro na TV de imagens alegadamente paranormais não é nenhuma novidade para aqueles que investigam este campo de pesquisa. Na década de 80 o alemão Klaus Schreiber (1925–1988) começou a realizar estes experimentos e apresentou ao mundo impressionantes imagens que teriam surgido na tela de sua TV.

Algumas de suas captações mostram rostos de pessoas — enquadrados em toda a tela da TV —, e em outras imagens são visíveis indivíduos com o corpo por inteiro. Segundo Schreiber, ele conseguiu identificar algumas dessas pessoas como sendo alguns de seus parentes que já haviam falecido, como, por exemplo, a sua esposa Agnes.

Suas experimentações se tornaram um marco na investigação experimental por registros de imagens, e a maioria dos pesquisadores que seguiram seu legado acredita que estes registros retratam a face de pessoas que já partiram.

Na década de 80 e 90, os pesquisadores na Europa registraram algumas das melhores imagens conseguidas até hoje. No início do programa de Javier Sierra, abaixo, é mostrada algumas dessas clássicas imagens.

A linha tênue entre a possibilidade do real e a do imaginário

Apesar de estes experimentos de rostos desconhecidos em telas de TV ser controversos até hoje, algumas dessas exposições tornaram-se clássicos desta área e são reproduzidas em vários livros e em sites da internet sobre o tema.

Apesar de algumas imagens apresentarem o que demonstra serem claros rostos humanoides — o que dificulta a explicação racional de serem apenas distúrbios eletrônicos aleatórios —, outras imagens são vulneráveis de ser classificadas como sendo apenas pareidolia.

As “transimagens” ou “psicoimagens”, nomes das quais são conhecidas estas imagens, mais raramente se apresentam com contornos bem nítidos. Nestes casos, as interpretações sobre elas são predominantemente muitíssimas subjetivas, devido a não definição clara do contorno dos elementos da imagem.

Além disso, algumas dessas imagens não apresentam o aspecto tridimensional em seus rostos. Nestes casos, uma descrição subjetiva sobre elas poderia ser dita como se elas aparentassem serem um “sopro em grãos de areia”. Suas formas imprecisas vagamente lembram um rosto ou outra silhueta reconhecível.

Análise atenta do contexto da gravação

Ao analisar estas imagens, devemos observar o contexto temporal da gravação, ou seja, os frames que antecedem à imagem anômala e os frames que as postergam. Estes frames devem ser estudados dentro do contexto da imagem principal que seja supostamente paranormal.

De qualquer forma, apesar de ainda não terem sidos comprovados pela ciência como autênticos retratos de pessoas que já faleceram, os experimentos neste campo de imagens continuam na ativa até hoje.