“O segredo da transcomunicação está no conteúdo das mensagens”
Nessa entrevista iremos conversar com a pesquisadora brasileira de transcomunicação instrumental (TCI) Phyllis Delduque, de Curitiba, Paraná. Suas pesquisas nesta área estão focadas na experimentação de gravação de imagens pela TV e de áudio. Envolvida há anos nestas pesquisas, para realizar suas experimentações em imagens, Delduque utiliza atualmente uma técnica que faz uso de um papel laminado.
Este experimento é, descrevendo-o basicamente, bem simples: consiste em filmar uma folha de papel laminado e, posteriormente, é realizada uma análise nestas imagens, frame a frame, para verificar a possibilidade de identificar o surgimento de alguma face ou figura que se destaca.
O ambiente deve ter pouca iluminação externa, restando uma movimentação de iluminação por uma lâmpada que incide no papel laminado. Porém, não há regra geral, outros experimentadores variam com os requisitos adotados na gravação. Alguns preferem apenas fotografar o papel laminado.
Essa técnica é reconhecidamente polêmica, pois a interpretação das imagens tangencia muitas vezes o limiar da pareidolia, ou seja, do fenômeno psicológico no qual a mente humana identifica um estímulo aleatório qualquer como algo significativo.
Um clássico exemplo de pareidolia acontece quando observamos nuvens e tentamos reconhecer uma imagem familiar nelas, tais como um rosto de uma pessoa, um animal ou um objeto. Nessa entrevista, conheceremos a opinião da pesquisadora sobre essas críticas no campo da gravação de imagens.
Na parte da gravação de vozes, Delduque utiliza costumeiramente nos seus experimentos um rádio sintonizado em uma estação estrangeira. Nestas gravações, um rádio de ondas curtas é sintonizado em uma estação radiofônica do exterior, em uma língua que não é dominada pelo experimentador.
Esta transmissão sonora é registrada em um gravador de fita cassete ou digital (atualmente é preferencialmente utilizado um computador). Ao final da sessão, o registro acústico obtido é analisado na tentativa de buscar identificar a inserção de uma possível voz anômala na língua em que o experimentador é nativo ou domine, o que a diferencia da locução estrangeira de fundo.
Assim como a experimentação de imagens com um papel laminado, esse procedimento com o uso de um rádio em estação estrangeira também é controverso, pois o experimentador pode interpretar equivocadamente uma série de fonemas ou falas inteiras de outra língua como sendo algo dito no idioma que ele compreenda.
Apesar do risco do autoengano, essa técnica é ainda usada por muitos experimentadores, principalmente por que eles acreditam que várias ditas mensagens anômalas tem o cunho pessoal ou respondem diretamente às suas perguntas, reduzindo assim a chance de interpretações errôneas.
Acompanhe a entrevista, abaixo, realizada por e-mail em outubro de 2011.
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Alexandre de Carvalho Borges: Como surgiu seu interesse pelo campo de pesquisa da transcomunicação instrumental?
Phyllis Delduque: Foi no ano de 1985, quando sem nunca ter escutado falar o que é TCI, escutei meu nome por três vezes seguidas ser chamado em rádio, em uma estação fora do ar. Na hora, levei um grande susto, pois escutava nitidamente o meu nome alto e claro, e percebi que era a mesma voz da minha mãe já falecida na época.
Foi então quando busquei ajuda na Faculdade Espírita, aqui em Curitiba. Lá me deram muita atenção e carinho, e foi a transcomunicadora Cristina Rocha quem me deu toda uma orientação como eu deveria proceder. Na verdade, eu fui chamada para a transcomunicação instrumental pelos próprios comunicantes.
Você tem trabalhado muito com as experimentações de imagens. Fale-nos um pouco da técnica que tem usado e que tem oferecido mais resultado pra você.
Técnicas, acho que usei todas elas para essas captações. Acredito eu que tive sucesso com a maioria que experimentei. Atualmente eu uso a mais prática: direto no computador, usando o [papel] laminado. Essa técnica eu ensino no meu próprio blog. O segredo, na verdade, para uma boa captação de imagem, ainda acho que está na iluminação e na paciência.
Quais as imagens que obteve e que considera as mais expressivas? Fale-nos um pouco sobre elas.
Isso é meio difícil de dizer por que são muitas. Eu penso o seguinte: cada rosto ou paisagem que captamos têm a sua importância, porque grande parte dessas imagens deseja nos transmitir algo ou talvez nos chamar a atenção de algum fato que tenha acontecido ou até que venha acontecer.
Agora, tem uma transimagem que muito me impressionou. Uma face masculina de cabelos e barba longos e olhos altamente expressivos. Dentro dessa mesma imagem, em sua sequência de gravação, acompanha três rosas brancas. Cheguei, na época, até a questionar em áudio quem era aquela entidade. As respostas que obtive: que o nome da entidade é Cristal e que se encontra no Reino do Amor.
Há alguns anos atrás, Paulo Roberto Cabral, seu parceiro de pesquisa e conhecido transcomunicador, veio a falecer. Você acredita que já obteve registros de áudios que acredita ser atribuídos a ele?
Sim. Paulo sempre foi um colaborador quando aqui na Terra estava e continua o seu trabalho do Outro Lado. Para ele, não é difícil entrar em contato conosco. Paulo Roberto Cabral ainda é o mesmo. Ajuda a quem precisa.
Você tem divulgado algumas imagens que seriam atribuídas por você a extraterrestres. Qual sua opinião sobre essa possibilidade de comunicação?
Esse é outro assunto muito interessante. A princípio, quero deixar bem claro que não sou uma estudiosa no tema extraterrestre. Da mesma maneira que no início dessas pesquisas em transcomunicação instrumental, eu nunca provoquei, conforme disse acima; aconteceu o mesmo com as captações desses seres. Simplesmente começaram a aparecer em minhas captações. No início achei estranho.
Hoje em dia, percebo que é mais uma maneira desses seres se mostrarem e entrarem em contato conosco. Os motivos podem ser vários. Não os vejo como uma ameaça e sim como também mais trabalhadores, colaboradores em contato conosco. Quanto mais tivermos ajuda das outras dimensões, melhor para nós seres humanos e transcomunicadores que divulgamos a existência desses comunicantes.
As três imagens abaixo são atribuídas pela pesquisadora a seres não humanos:
Cite-nos alguns registros em áudio que já gravou ao longo de suas pesquisas e que mais lhe impressionou, seja pelo conteúdo, seja pela qualidade.
1 – “Poucos anos Cabral“. Essa mensagem veio quando perguntei aos comunicantes se havia mensagem naquela noite especial para mim. Cinco anos depois, Paulo Roberto Cabral falece. Observação: na época, Paulo estava muito bem de saúde e nunca podíamos imaginar que faltava tão pouco tempo para ele. Paulo até riu quando escutou essa minha mensagem. Essa mensagem foi muito marcante.
2 – “Nossas estradas, espíritos fazem o reino“.
3 – “Nós não temos essa provação“. Essa mensagem veio na voz de uma criança. Estava eu questionando se as crianças do outro lado choravam de saudades, se elas sofriam por terem partido do nosso plano. A resposta veio imediata.
4 – “Coragem se começa primeiro“. Foi uma mensagem muito significativa para mim, pois foi uma fase bastante difícil para mim.
5 – “Ele vem do amor. Te amo“. Nessa mensagem, os comunicantes se referiam a uma transimagem de uma cabeça de um extraterrestre. Quando recebi a imagem, passei para áudio, questionando quem era e em que plano se encontrava. Achei interessante porque foram duas vozes. A primeira que diz “ele vem do amor” foi um coro de vozes e a segunda voz que diz “te amo” é masculina e meio ecoada.
6 – “Pede Luz“.
Alguns pesquisadores têm a impressão de que a transcomunicação não está em uma linha ascendente de evolução e acreditam que os resultados têm variado ao longo do tempo entre altos e baixos. Qual sua opinião sobre o futuro da transcomunicação? O que ela poderá nos trazer de melhoria no futuro?
A transcomunicação não tem mais no que evoluir. Quem tem que evoluir é o próprio transcomunicador. Essa melhoria é individual. À medida que vai passando o tempo, nós é quem mudamos, nos melhoramos com essas mensagens. O Paulo já dizia: a TCI já nos foi dada pronta. Função principal de nos transformar, de nos ensinar.
O segredo da TCI está no conteúdo das mensagens. As mensagens rápidas, muitas vezes, vêm ricas de grandes ensinamentos das quais vão nos ajudar em nosso dia a dia, em nosso comportamento. O que os nossos comunicantes procuram fazer é que possamos buscar uma tecnologia melhor, mas antes disso vamos nos melhorando em nosso interior e essa melhoria pode ser lenta.
As pesquisas em imagens, ao redor do mundo, têm sofrido críticas. Muitos afirmam que tudo seja apenas pareidolia, o resultado de nossa mente em reconhecer um rosto em imagens caóticas. Qual a sua opinião sobre isso?
A minha opinião é que as críticas e os céticos sempre vão aparecer. Pode acontecer sim, que algumas imagens possam ser frutos da nossa mente, mas se isso acontecer, nós temos experiência suficiente para descartamos. Em um artigo meu, escrito alguns anos, ensino algumas técnicas de captações de imagens e tive o cuidado em alertar aos iniciantes que, em primeiro lugar, devemos saber diferenciar uma gravura de uma imagem realmente paranormal.
Qual a sua mensagem para todos aqueles que gostariam de ingressar neste campo de pesquisa e começar a realizar seus próprios experimentos?
A mensagem que sempre passo para os iniciantes é que, antes de tudo, leiam muito sobre o tema. Em seguida, converse com outros pesquisadores mais experientes para ajudar nas dúvidas que tiver. Próximo passo, inicie com a prática com amor e paciência, porque nem sempre vão aparecer as mensagens em áudio ou imagens. Tudo tem o seu tempo certo.
A ansiedade em obter essas captações acaba por prejudicar. Devemos sempre ter em mente que os comunicantes só desejam nos ajudar e nem sempre eles podem quando nós desejamos. Por fim, use de harmonia e equilíbrio ao analisar as mensagens e imagens recebidas. Desejo para todos boa sorte nas captações.