No programa Fantástico da Rede Globo, veiculado em 18 de março de 1979, a poetisa e escritora Hilda Hilst (1930–2004) declarou que realizava experimentos de gravações de vozes atribuídas a espíritos de pessoas já falecidas. [1]
Ela apresenta no programa dominical algumas de suas gravações de vozes e, entre algumas delas, uma que acredita tenha sido enviada por sua mãe, de nome Bedecilda Vaz Cardoso, falecida três anos antes.
A escritora também conta que debateu e apresentou o fenômeno aos conhecidos físicos brasileiros César Lattes (1924–2005) e Mário Schenberg (1914–1990), que não se interessaram pelo polêmico assunto.
Décadas depois, em outra entrevista para a revista IstoÉ, Hilda declarou que propôs ao físico Schenberg um experimento com a utilização de uma Gaiola de Faraday. [2]
O objetivo era bloquear as interferências eletromagnéticas que permeiam em volta de nós e impedir que elas pudessem ser captadas e posteriormente serem mal interpretadas como se fossem “vozes dos espíritos”.
Hilda conta que o físico lhe disse que perderia seu emprego se fosse pedir uma Gaiola de Faraday para pesquisar este fenômeno na universidade onde trabalhava.
É sabido que há ainda muito preconceito no meio acadêmico com relação às pesquisas de uma vida após a morte física, mesmo que seja apenas para investigar a alegação do fenômeno — sem validá-lo.
Acompanhe a matéria abaixo, onde Hilda demonstra estar bem antenada com as pesquisas sobre o fenômeno das “vozes anômalas” que se sucediam àquela época.
Referências
[1] Poeta Hilda Hilst investiga o fenômeno das vozes eletrônicas. Fantástico. Rio de Janeiro: Globo, 18 mar. 1979. Programa de TV.
[2] FRUET, Henrique. Muito além do jardim. IstoÉ, São Paulo, n. 1599, p. 84-90, 24 maio 2000.