Vamos retroceder nossa memória e voltar no tempo, pelos anos de 1947, quando do amplo alvoroço do início da grande revoada dos denominados Pires Voadores nos Estados Unidos. Passando em revista até a atualidade, caminhamos por alguns períodos da ufologia que denominaremos, a partir de agora, na tentativa de ilustrar cada momento do passado.
Vamos imaginar por um momento toda a disciplina da ufologia como um ser vivo. Como todo ser vivo, ele nasce, cresce, envelhece e morre. A ufologia moderna “oficialmente” nasceu em 1947. Apesar de fenômenos aéreos sem explicação serem antiguíssimos, ainda não existia uma disciplina categorizada, um estudo ou logia.
Foi criado no ano de 1944 o primeiro organismo oficial para documentação do fenômeno pelo Estado-Maior Superior da Força Aérea de Berlim. Entretanto, os ufólogos preferem datar o ano de 1947 como o marco inicial da moderna ufologia. As aparições dos fenômenos são velhas, mas o estudo categorizado é relativamente novo.
Os períodos da ufologia
Podemos dizer que houve o período infantil da ufologia (década de 50), o período da adolescência (década de 60) e posteriormente a entrada na vida adulta pela década de 70. Chegamos hoje a uma disciplina mais madura, não por menos ainda enigmática, problemática e incompreendida — características típicas dos seus 58 anos. Nestes tempos de agora a pergunta crucial é saber se atravessando esta fase de velhice atual ela culminará a um fim, a uma morte.
A ufologia morrerá? Terá um fim? Para tentar respondê-la, é mister distinguir o que estamos realmente questionando. Estamos nos referindo à ufologia como estudo feito pelos pesquisadores ou a ufologia referente ao contexto do fenômeno, da aparição de fenômenos aeroespaciais inexplicados? Alguns apostam que as duas acabarão.
Outros insatisfeitos acreditam em um caminho ligeiramente diferente para o fim da ufologia. O estudo dos fenômenos aéreos desconhecidos se estagnará, porque a expressão da fenomenologia ufológica — suas aparições — se resvalará algum dia para zero.
A investigação ufológica pretende ingressar no seu sexagenário aniversário ainda mais forte e crítica. Uma disciplina com pretensões mais reflexivas, abordando e ampliando ainda mais seu leque de possibilidades e solidificando ainda mais suas bases. Porém, outros têm uma visão completamente antagônica e fúnebre: acreditam que ela está rumando para sua aposentadoria e posterior morte.
Uma das várias razões para a concretização desse pensamento lúgubre seria de que cada vez mais casos, tanto atuais como lendários, estarem sendo postos sob rigorosa suspeita ou mesmo desbancados. Eles estão sendo analisados atualmente sob a perspectiva de um novo olhar; um olhar que os homens de outrora, em período juvenil ufológico, ainda não possuíam.
Uma maturidade que ainda era primitiva naquela época — como ferramenta para se detectar diversas nuances e múltiplas facetas da fenomenologia ufológica. Amadurecimento este que não era propício como questionamento em modo mais rigoroso e senil.
Apesar de poder ser um aparente sinal de morte da ufologia, a verdade é que ocorrências antigas e novas devem ser mesmo revistas e revisadas, visando à busca da adição ou subtração de novos dados, oriundos de novas pesquisas e novas tecnologias empregadas para a investigação ufológica.
Casos ufológicos não estão “gravados em pedra”
Não devemos interpretar que casos antigos da ufologia devam ser “gravados em pedra”, no sentido de que sejam imutáveis em suas conclusões finais e inquestionáveis ante um novo ponto de vista que contrarie seus resultados até então.
Críticos abordam que com a crescente detecção de fraude em casos antes tidos como verdadeiras rochas de evidência UFO no planeta Terra, são evidentes sinais de que a ufologia — como real existência e aparição de fenômenos aeroespaciais — está se definhado para a extinção.
Entretanto, devemos estar cientes de que o conhecimento avança com retornos e correções de rota e sustentavelmente esta razão não seria uma grande causa para a anunciada extinção e fim da ufologia.
Ufólogos que estão na ativa desde décadas juvenis da ufologia, ou os assim chamados “ufólogos da velha guarda”, vez ou outra aparecem nos círculos ufológicos reclamando insatisfeitos das novas conclusões que atestam fraude de seus casos antigos prediletos.
Evidentemente, eles ficaram muito ligados e presos ao caso que pesquisaram ou acompanharam, e notavelmente resistem em aceitar a nítida e irrevogável fraude já descoberta. Inconscientemente estão fortalecendo os irascíveis críticos, que se aproveitam de situações como esta para usar generalizações negativas em todo campo de pesquisa. Esses ufólogos pararam no tempo e não conseguem acompanhar mais os avanços modernos dentro da área.
Atitudes como essas não são louváveis na moderna ufologia, que usa e pretende usar cada vez mais metodologia científica em suas pesquisas. Os ufólogos não devem ser vistos como escribas de textos bíblicos, que lançam palavras que se imortalizam no tempo.
Todos os casos que os ufólogos publicam e levam à opinião pública estão sujeitos de serem questionados, revisados ou recontados de modo diferente. Assim funciona a ciência. Ufólogos que não se adaptam a este tipo de metodologia de trabalho e não aceitam críticas, deveriam deixar guardados seus casos em suas gavetas, pois seu tempo terminou e sua mente ficou estagnada numa era ufológica de sonhos: a era juvenil da ufologia.
O fim da melhor fotografia ufológica
Fotografias clássicas de UFOs, como as de McMinnville (1950), Adamski (1951, 1952), Luzes de Lubbock (1951), Barra da Tijuca (1952), Ilha da Trindade (1958), Lago de Cote (1971) e Ilha de Vancouver (1981), para citar apenas algumas, marcaram época e se tornaram pontos de intensa convergência de ideias e de grandes e acirrados debates em um redemoinho de grande polêmica.
Será que estaremos corretos ao avaliar que as fotografias ufológicas da atualidade não mais nos impressionam tanto como as de antigamente? Ou nossa mente está mais treinada, mais madura e mais cética, ao ponto que chegamos atualmente a não mais aceitarmos uma fotografia como uma boa evidência da existência do fenômeno UFO?
Afinal, mesmo as antigas fotografias não conseguiram provar suficientemente para o mainstream científico que nossos céus são palco de intensa movimentação de fenômenos desconhecidos. Já proferia o astrônomo americano e pioneiro da ufologia, J. Allen Hynek (1910–1986), que o velho provérbio “uma foto vale mais do que mil palavras” não se aplicaria à maioria das fotos sobre UFOs.
Realmente, mesmo algumas das fotografias antigas listadas acima não são tão nítidas — como as das Luzes de Lubbock — ou foram declaradas como fraudes, como as de Adamski e da Barra da Tijuca.
As fraudes digitais
O peso evidencial das fotografias ufológicas modernas está em constante declínio e um dos fatores para sua queda crescente é o cada vez maior avanço em tecnologia da indústria da fotografia e da informática. As fraudes fotográficas, seja por que objetivo e motivo forem, estão cada vez mais numerosas, ao passo que as declaradas fotografias autênticas estão se vaporizando e cada vez mais estão em declínio e escassez.
A memória já falha quando queremos lembrar qual foi o último relatório técnico atestando a autenticidade de uma fotografia de um objeto aéreo indefinido. Com o aperfeiçoamento de softwares de computadores destinados a trabalhar com computação gráfica e aplicações gráficas em geral, as fraudes ufológicas, tanto em fotos como em vídeos, têm crescido vertiginosamente.
Em décadas passadas os críticos argumentavam que, se nossos céus estivessem mesmo sendo frequentemente sobrevoados por objetos sem origem — prováveis naves espaciais de seres alienígenas —, o banco de fotografias de UFOs deveria ser maior e de melhor qualidade. E por quê?
Porque com tanta insistência dessas naves sobrevoando nossas cabeças, muitas pessoas deveriam, pelo menos, conseguir fotos melhores do que a volumosa quantidade de fotografias que só mostram luzes desfocadas e sem ponto algum de referência como parâmetro para posterior análise.
A partir disso, os ufólogos sonharam com o dia em que as máquinas fotográficas pudessem estar tão populares e facilmente acessíveis nas mãos das pessoas — em qualquer local onde elas estivessem —, que a grande Era das excelentes fotografias de UFOs iria chegar. A Era chegou, mas a previsão sobre as excelentes fotografias ufológicas falhou!
Com a chegada e massificação da fotografia digital pelo mundo, trouxe tanto a glória como a inglória para o mundo da fotografia ufológica. Hoje temos celulares com câmeras digitais acopladas, levando a fotografia a todos os locais possíveis. Mesmo assim, a qualidade não acompanhou a tecnologia.
Por outro lado, a nova tecnologia não fez apenas aumentar o número de fraudes ou o número de pessoas fotografando elementos bem terrenos — e acreditando serem fenômenos insólitos. Na mão dos ufólogos sérios e de pessoas reconhecidamente responsáveis e honestas, a nova tecnologia é uma ferramenta útil para capturar e analisar fotografias ufológicas.
O que é notável é que, mesmo as fotos em qualidade e nitidez obtidas hoje em dia não estão sendo mais consideradas impactantes do que as de décadas atrás.
As fotografias não conseguiram vencer o ceticismo e a grande dúvida de saber se realmente temos em mãos um registro de fenômeno genuíno, em vista também dos grandes embustes e fraudes circundantes. Por estes motivos os críticos declaram que chegou ao fim a possibilidade de se obter a tão sonhada melhor fotografia ufológica; e esta incapacidade seria uma das causas para o fim da ufologia.
O fim dos avistamentos de UFOs
Um dos críticos que afiançam a morte da ufologia é a psicóloga britânica Susan Blackmore. Por 30 anos estudando as alegações do paranormal, Susan declarou ao jornal The Guardian, de 11 de agosto de 2005, que a Era dos UFOs não passava de uma loucura da moda.
“Mas modas prosperam em novidade, e eventualmente isso desaparece. É levado muito tempo, mas é bom que a era dos UFOs termine. Minha predição é que irá embora por muito tempo e depois voltará”, disse. Apesar da maioria dos ufólogos não concordarem com esta afirmação, a mídia parece bem preparada para aceitar a morte da ufologia.
Em 2001 foi anunciado nos jornais que o British Flying Saucer Bureau, uma organização decana na pesquisa de UFOs, fundada em 1953, teria fechado suas portas por falta de relatos de avistamentos de UFOs e seus tripulantes. Posteriormente, a nota foi negada pelo co-fundador da organização, Denis P. Plunkett, em carta para a extinta revista UFO Magazine.
Denis diz que foi mal interpretado por um jornalista local, e que apenas tinha suspendido as atividades da organização no verão. Entretanto, pela rápida difusão da notícia e sua tradução para outras línguas, serviu para demonstrar o interesse da mídia em divulgar que a ufologia estava em declínio.
Afinal, os avistamentos de UFOs e tripulantes estão terminando? Algumas estatísticas compiladas pelos grupos ufológicos ao redor do mundo não têm demonstrado queda. Algumas estatísticas, como a do grupo National UFO Reporting Center (NUFORC), têm demonstrado justamente o contrário: o acréscimo de relatórios ufológicos nos últimos anos.
Outras estatísticas demonstram que não há um evidente acréscimo e nem uma definitiva queda, mas índices que flutuam ao longo dos anos: períodos com grandes avistamentos e períodos com pouquíssimos relatos. Essa flutuação não apresenta, então, uma boa evidência para a crítica de que a ufologia está terminando porque os relatos de UFOs estão ficando cada vez mais escassos.
O fim do estudo unicamente sobre UFOs
Na opinião de outra ala de críticos a ufologia já terminou faz tempo; pelo menos a ufologia entendida como o estrito estudo de fenômenos aéreos. Para esses críticos a ufologia perdeu sua identidade original — que era justamente o estudo feito inicialmente pelos militares sobre objetos aéreos desconhecidos sobrevoando nossos céus.
A ufologia se afastou praticamente disso e virou a busca por extraterrestres — e não mais o estudo de fenômenos aéreos desconhecidos. Basicamente, a UFOlogia virou ETlogia. Essa crítica deve ser refletida pelos ufólogos como um exame construtivo.
O campo de pesquisa conhecido comumente como ufologia realmente sofreu alterações ao longo do tempo e incorporaram diversas outras áreas circundantes. A ufologia incorporou, por exemplo, os círculos nas plantações, o Pé Grande, canalizações, fadas, chemtrails (rastros químicos na atmosfera), gnomos, implantes, rods etc. Vemos, de fato, com algumas exceções, que a ufologia agrupou campos que não são estritamente o estudo de fenômenos aéreos.
Por outro ponto de vista, essas mudanças são sinais de que a ufologia não ficou estagnada no tempo, apesar de ter falhado até o momento de convencer à “ciência oficial” de que existe um fenômeno ainda desconhecido sobrevoando nossos céus e que sumariamente está sendo ignorado.
Ainda no período juvenil da ufologia — quando estudada oficialmente por militares — chegou a ser natural atirar no lixo os relatórios que chegavam, descrevendo humanoides com macacões ao lado de UFOs.
Para aquela mentalidade militar da época era puramente fantasia as narrações de humanoides associadas aos objetos aéreos misteriosos, que já eram notícia corrente. A ufologia mudou muito e hoje seria inaceitável descartar tais relatos com o fito de que sejam fantasias. Por outro lado, é verdade que a ufologia não voltará ao seu tradicional modo de pesquisa de décadas atrás.
Se essa gama de áreas descritas acima se aglomerou com a ufologia, foi certamente por um fator fundamental: ninguém ainda conseguiu responder as perguntas elementares sobre este misterioso fenômeno e muitas portas estão abertas para divagações, reflexões e hipóteses.
O que podemos depreender disso é que o campo de pesquisa da ufologia está “desprotegido”. Qualquer campo de pesquisa que ainda esteja em estado de definição, e que começa a se fechar e delimitar seus próprios termos, suas regras e leis, é sinal de que está conquistando descobertas e obtendo esclarecimentos do que antes era vago.
Esse campo de pesquisa começa logo em seguida a se proteger de “invasores”, ou seja, pessoas sem qualificação e sem conhecimento do que falam. Muitas disciplinas em ciências já estão protegidas por suas leis.
Para o profissional exercê-las terá que comprovar que passou em testes ou cursou um curso superior. Nesse sentido, a ufologia está total e completamente “desprotegida”, sendo uma área exercida por poucos e infiltrada por centenas. A razão está no âmago do seu ser: o fenômeno ainda não teve seus limites estabelecidos e esclarecidos, e mesmo provado ou reprovado em definitivo.
O fim do conhecimento
A ufologia sempre foi e é de intensa polêmica. Em verdade, ela necessita dessa polêmica como propulsora interna para o avanço de sua disciplina. É verdade que ela movimenta, alimenta e anima esse redemoinho — muitas vezes desencontrado — que ruma em grande parte sem um objetivo definido e claro. Apesar de tudo, os mistérios não irão acabar. Se não há mistérios na nossa Terra, os homens tratarão de criar um.
O estilo de viver em busca de desvendar mistérios é vital para muitas pessoas, e psicológico para outros — por estar enraizado no seu subconsciente. O mundo do cotidiano ao seu redor o desestimula logo, torna-se banal, e sua mente necessita de algo novo, de buscar e conhecer o que ninguém conhece e desvendar o que se apresenta como enigma.
A mente de um legítimo buscador opera desse modo, onde sua necessidade básica é conhecer o desconhecido. Pode-se considerar uma heresia afirmar que os homens terão que “inventar” algum mistério porque os legítimos mistérios do Universo acabarão em um dia qualquer. Porém, não é bem o que pensam alguns homens da ciência.
Em 1996 o editor da revista Scientific American, John Horgan, publicou seu livro intitulado O Fim da Ciência: Uma Discussão Sobre os Limites do Conhecimento Científico (Companhia das Letras, 1998).
Apesar de afirmar que “a busca do conhecimento é, sem dúvida, a mais nobre e significativa de todas as atividades humanas”, Horgan dispara um contraponto de que “a ciência pura, a busca do conhecimento sobre o que somos e de onde viemos, já entrou numa era de resultados decrescentes”.
Para Horgan, aparentemente os grandes mistérios já estão escassos e não haverá maiores revelações para a humanidade no futuro. Ele acredita que “é improvável que a ciência faça acréscimos significativos ao conhecimento do que já gerou. Não haverá grandes revelações no futuro, comparáveis às que Darwin, Einstein, Watson e Crick nos concederam”.
Na opinião de muitos, essa declaração é de um terrível pessimismo e falta de visão dos progressos que a humanidade já conquistou ao longo dos tempos, e que ainda conquistará.
Não são poucos os críticos que afirmam que determinados ramos associados à ufologia já estão verdadeiramente mortos, apesar de muitas pessoas continuarem alimentando-os. Elas estariam fazendo o papel de vendedores de mistérios, seja para obter um retorno financeiro da qual dependem como meio de vida ou mesmo porque está fortemente enraizada em suas mentes a presença do mistério como meio sem solução.
Para muitos, a imperiosa necessidade de que tudo continue com a penumbra de mistério é vital. Para eles a ufologia nunca terá um fim.
A ufologia não pode ter fim
No momento atual, o que seria do mundo se soubéssemos que os UFOs são naves espaciais avançadas pilotadas por seres de outros planetas e tivéssemos um exemplar para tocar? Seria o fim do mistério maior. Do que viveriam os ufólogos agora? Qual o papel dos ufólogos nessa hipotética visão? Provavelmente perderiam seus ofícios, pelo fato de que a função de ufólogo seria particionada em diversas especialidades.
Os engenheiros em aeronáutica iriam estudar suas naves com a propriedade que lhe cabem; os médicos, os oftalmologistas e dentistas iam estudar o corpo dos extraterrestres; os psicólogos e psicanalistas iriam estudar sua mente; e o que fariam os ufólogos?
Parece paradoxal que alguns ufólogos preferirão que nunca aconteça tal cenário, e que os UFOs nunca pousem, pois tirarão suas funções como ufólogos. O que o futuro reserva para a ufologia? Mistérios vêm e vão, mas alguns permanecem sem solução. Esta é a situação da ufologia no momento atual.
Para a opinião pública, um exemplo de mistério que está perdendo seu status são os círculos nas plantações. Os críticos profetizam que esse dito mistério terá o mesmo fim que o malfadado Triângulo das Bermudas. Em vista do que vem ocorrendo em sua atualidade, com o grande volume de fraudes criadas nas plantações, esse “mistério” vem realmente se enfraquecendo.
Todavia, novidades sempre podem aparecer, requentando velhas histórias sob novos mantos e continuando impulsionando a onda. Exemplo disso são as mutilações de animais que tiveram seu auge na década de 70 e sofreu novo e impactante retorno, com novas roupagens, através do aparecimento do chupacabras na década de 90.
A ufologia terá um fim? A depender da vontade dos ufólogos o fim será outro. O fim da ufologia provavelmente estará em si mesma, com a revelação de seus segredos, algum dia, e o definitivo esclarecimento sobre o que realmente é este fenômeno que tanto ocupou e ocupa as mentes das pessoas.
Referências
[1] Falta de ETs leva organização ufológica a fechar as portas. BBC Brasil, 23 abr. 2001. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2001/010423_ufo.shtml>.
[2] HORGAN, John. O fim da ciência: uma discussão sobre os limites do conhecimento científico. Tradução de Rosaura Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
[3] HYNEK, J. Allen. OVNI: relatório Hynek. Tradução de Francisca Athouguia Rocha Fontes. Lisboa: Portugália, 1972.
[4] The Martians aren’t coming. The Guardian. Thursday, 11 Aug. 2005. Disponível em: <https://www.theguardian.com/science/2005/aug/11/spaceexploration.g2>.
Olha…vou deixar um relato sincero.
Independente de mídia, há tempos a ufologia vem sendo encostada na parede em relação a sua eficiência. Particularmente acredito que a própria ufologia depõe contra ela mesma ao se permitir misturar religião, exoterismo, teorias conspiratórias, relatos, etc…, sem contar que até mesmo o charlatanismo já foi (e ainda é) abraçado por muitos ufólogos que se autodenominam “ufólogos sérios”, e acaba virando uma enorme bagunça, uma vez que ao meu ver, fica difícil reconhecer o fenômeno de forma científica quando as evidências são baseadas em crenças, histórias, relatos, e contém em sua quase que imensa totalidade, casos fakes contendo fotos e imagens fakes, casos tidos como verídicos que ao longo de um certo tempo foram desmistificados e esclarecidos (como o caso Trindade, por exemplo – e tem ufólogos, que ainda assim, contabilizam esse caso como verdadeiro), teorias que não se sustentam completamente como “os alienígenas do passado” – que inclusive, já foi desmistificada; ou para quem insistir que não, foi contestado com profunda lógica, argumentos incontestáveis, experimentos, demonstrações, e explicações bastante convincentes. E tem alguns ufólogos, que insistem em divulgar casos já superados como sendo verídicos.
Além disso, ha mais problemas: ela não evoluiu em suas pesquisas, que se limitaram a ir a supostos locais de avistamentos, fazer medições (que nem sempre representam algo, que de fato, caracterize a ocorrência de algum fenômeno incompreensível), recolher relatos, recolher fotos (de nada, ou de círculos em plantações) e fazer algumas imagens. Mas evolução e avanço, efetivamente em seus resultados, não houve. Não apenas em obter algum tipo de prova, ou algum tipo de fórmula que possa recriar o evento (ou teorizar de forma lógica), e assim comprovar o que a ufologia sempre defendeu: seres extraterrestre visitando a Terra em naves espaciais – e não adianta os ufólogos dizerem que a ufologia estuda o fenômeno OVNI separadamente da teoria de que estes OVNIs são comandados por seres alienígenas: essa é a base da ufologia e ponto final.
Outro problema em relação a esta evolução encontra-se em uma coisa fundamental para qualquer tipo de pesquisa real: falta de investimento financeiro! Ou seja: ufólogos se defendem (e condenam outros pesquisadores) dizendo que fazem pesquisas de campo, porém, estas pesquisas de campo nada recolhem exceto relatos, medições, filmagens com imagens ruins (ou que possam serem contestadas), filagens de objetos mal focados, etc…; para isso, não precisa necessariamente de muita grana. Quando falo em investimento, me refiro a investir em equipamentos de alta tecnologia; monitoração dos céus com equipamentos adequados e avançados em pontos que os ufólogos acreditam haverem maiores incidências; astrônomos profissionais e até mesmo amadores (e outros profissionais capacitados que se relacionam com astronomia, astrofísica, etc.) para analisarem os dados recolhidos; armazenamento de banco de dados realizadas por equipes capacitada e adequadas a cada tipo de análise, ou seja: pesquisa real na prática!
Por mais que os ufólogos dizem que a ciência os ignora, ao mesmo tempo em que dizem não se importarem com isso, a verdade é que tudo o que os ufólogos queriam (e querem) é que a ciência se engaje nas pesquisas ufológicas, porém, a ufologia não apresentou nada de concreto ao longo de várias décadas que faça valer a pena a comunidade científica investir pesado no assunto, e é responsabilidade da ufologia realizar tais pesquisas, uma vez que a ciência também a faz, mas de forma mais lógica: buscando possíveis planetas potencialmente habitáveis, os exoplanetas – isso tem trazido respostas e interesse à ciência, afinal, ela consegue observar seus objetos de pesquisa.
Ora, se há agências espaciais que a cada novo dia aperfeiçoa seus equipamentos para irem cada vez mais longe, e se a comunidade científica aerospacial tem se dedicado a se aperfeiçoarem na busca (e está dando certo) de exoplanetas e sistemas além do nosso, porque eles iriam investir na ufologia, que pesquisa o assunto há tantas décadas, e até o momento, 99,9% dos casos apresentados não apresentam nada de concreto? Tem de tudo: fakes, religiões, crenças, charlatanismo, teorias fracas e contraditórias, milhares de teorias de conspirações ilógicas, etc…
A ufologia, sim, está perdendo a força a cada dia que passa, e como eu disse, por culpa dos próprios ufólogos que não se aperfeiçoaram e nem investiram com $$ em pesquisas reais.
Tanto é que, o maior investidor sobre UFOs no Brasil, seu maior investimento foi destinado a uma editora que publica há muito tempo, revistas sobre o assunto UFO; talvez, se este investidor tivesse investido em tecnologia, já teria conseguido alguma resposta, provavelmente seria negativa, e então, seu trabalho terminaria, logo, sua fonte de renda teria que ser outra; teria que buscar outro nicho.
É o que penso, e quando busco canais ou sites sobre o assunto, confesso que a cada pesquisa, perco cada vez mais o interesse por este assunto, e a tendência é perder completamente o interesse.
Algo em mim lamenta isso, poque queira ou não, todos gostaríamos que houvesse um fundo de verdade nisso tudo, ou que talvez, algum ufólogo sortudo pudesse nos mostrar algo realmente fascinante e incontestável sobre o fenômeno OVNI, mas isto nunca aconteceu.
Acredito que um dia, as pesquisas realizadas pelas agências espaciais detectarão vida fora da Terra. Lamento que tenho grande chance de não estar vivo quando isso acontecer.
Ricardo,
Muito boas as considerações que você pontuou. Obrigado por comentar. Abraços.
Concordo com Horgan esses genios foram e seram os unicos e nao havera outros.Havera talvez e e o que ha aperfeiçoamento e nada mais foram e seram genios de todas geraçoes ,Einstein,e todos .