Qual o futuro das pesquisas sobre vida após a morte por aparelhos eletrônicos?
Já dizia o pesquisador espírita Hernani Guimarães Andrade que gostaria de ver o dia em que cada casa tivesse um aparelho para contatar o mundo espiritual, onde cada indivíduo pudesse ligá-lo e que lhe possibilitasse entrar em contato com seus parentes falecidos.
Este aparelho proporcionaria às pessoas ter notícias de seus entes que já partiram. Ele não viveu para alcançar este feito e muito provavelmente nós também não viveremos — se é que alguém viverá, pois não sabemos se realmente existe vida após a morte. Falando isto hoje, em pleno início de século XXI, é uma loucura aos olhos da ciência e da maior parte da sociedade.
No entanto, muitas “loucuras” já foram cogitadas e pensadas aqui no planeta Terra e, mesmo assim, muitas delas foram concretizadas. Talvez vejamos mais essa “loucura” ser concretizada algum dia. Talvez.
Para se dedicar às pesquisas sobre vida após a morte por aparelhos eletrônicos tem-se que ser um pouco visionário e estender a realidade para fronteiras mais distantes. Essa visão dos limites do conhecimento visa poder abarcar todos esses fenômenos que atualmente não têm uma explicação e que vem ocorrendo com os aparelhos eletrônicos.
Os contatos de supostos espíritos por telefone são essencialmente espontâneos. Porém, existe uma técnica onde podemos realizar telefonemas para o “lado de lá”. O telefone toca daqui para lá?
Veja bem, isto não existe. É preciso ser transparente na definição dos termos e na explicação de como funciona o processo dos instrumentos utilizados. Esta “técnica” mencionada não são os clássicos telefonemas recebidos por pesquisadores, onde supostas entidades não físicas ligam para seus telefones e mantém um longo diálogo.
O telefone nessa outra “técnica” faz o papel de um microfone comum, acoplado no computador. Apenas está sendo utilizado o aparelho de telefone na função de microfone. Nada mais! Dizer que recebe telefonemas de um alegado “mundo espiritual” rotineiramente confunde o leigo a pensar que há um fenômeno que foi controlado ou que se conquistou um upgrade em grandes avanços na interação com o fenômeno.
Na verdade, o telefone na função de microfone funciona como qualquer gravação comum efetuada por microfone, onde teremos que voltar todo o áudio depois da gravação para tentar localizar as possíveis interferências anômalas — além do fato de não haver interação bidirecional em tempo real, como são os clássicos telefonemas. Enfim, não são telefonemas clássicos, como os descritos na literatura. As questões têm que ser bem esclarecidas para não haver interpretações errôneas.
Você esteve no Segundo Congresso Internacional da Investigação sobre a Sobrevivência à Morte, na Espanha. Esse congresso tinha o tema central a Transcomunicação Instrumental (TCI). Qual foi a principal novidade?
No momento atual, grandes e espantosas novidades sobre este tema não existem para quem já está sempre acompanhando o assunto a nível nacional e internacional. No Brasil, a divulgação ainda é pouca sobre as pesquisas que ocorrem ao redor do mundo sobre este tema.
Por incrível que pareça, o que poderíamos classificar como mais inusitado foi o fato de mais uma vez nos certificar que as dificuldades de tentar estabelecer uma comunicação por aparelhos eletrônicos — que seja clara e de qualidade — com supostas inteligências não físicas que habitam outra realidade ainda são imensas. Talvez seja porque simplesmente não exista espíritos e nem a hipotética realidade paralela.
O objetivo de se construir um aparelho que funcione igualmente para todos os indivíduos, como um contato bidirecional em áudio e vídeo, ainda é um sonho. Talvez não passe disso.
Como são organizados os grupos no exterior e quais são as orientações para grupos no Brasil?
Os grupos que pesquisam o assunto da pesquisa de vida após a morte por aparelhos eletrônicos no exterior estão abertos ao intercâmbio com outros grupos espalhados pelo mundo. Alguns grupos e associações nasceram e se extinguiram por problemas e divergências. Entretanto, a maioria das pessoas que pesquisam este assunto no exterior o faz pessoalmente, por conta própria, ou em pequenos grupos.
Cada interessado aqui no Brasil deve continuar pesquisando e investigando o assunto, que almeje seus resultados positivos. Para aqueles que têm a veia científica, que tente comprovar se este fenômeno anômalo ocorrido nos aparelhos é realmente a manifestação de inteligências de outros níveis de existência, ou se tudo não passa de um grande equívoco.
Se, de fato, o fenômeno é a manifestação de espíritos, então que busquem se certificar de que isto é verdadeiro. Se houver sinalização no sentido positivo, preze pela insistência, persistência e não desistência em estabelecer provas concretas da tese da comunicação com outras inteligências não físicas pelos aparelhos.
Para alcançar a meta, espelhem-se nos resultados alcançados em toda a Europa e tente reproduzi-los, buscando sempre aperfeiçoá-los e melhorá-los.
E, finalmente, consiga essas metas com o próprio material humano que dispõe em seus grupos, pois o indício apontado pelas palestras proferidas neste congresso da Espanha aponta que, no momento tecnológico atual, os aparelhos e os pesquisadores que o utilizam formam um todo que é “sintonizado” e trabalhado pelos alegados espíritos ao estabelecer um contato entre os dois mundos. O futuro dirá se isto tudo é ficção ou há algo de real.