Recebemos a fotografia mostrada abaixo para análise. Segundo a pessoa que enviou, a imagem mostraria a aparição de um fantasma dentro de sua residência.
De acordo com a história contada pela testemunha, o filho dela teria batido a foto do seu irmão, que estava naquele instante lavando a louça na cozinha, não percebendo a presença de nada anormal no ambiente no momento do disparo. Ao ver a foto, notou a captura do que parecia ser um fantasma no corredor da residência, por sobre a escada.
Fotografias de alegados seres incorpóreos são essencialmente duvidosas, principalmente no mundo tecnológico atual, pois estão disponíveis inúmeros softwares de edições de imagens e aplicativos para smartphones com diversos recursos de manipulação digital.
Perpetrar uma fraude digital hoje é muito mais fácil do que antigamente, porém também com os mesmos recursos tecnológicos ficou mais fácil detectá-las.
É neste universo tecnológico atual, chafurdado em embustes digitais aos borbotões, que as fotos de fantasmas não provam perante a ciência que exista uma vida após a morte. A presente fotografia não foge à regra e demonstra muito bem que simples edições de imagens podem enganar desavisados.
Desmanchando o mistério
Numa primeira inspeção visual da fotografia do “fantasma na escada”, nós percebemos que o ser aparenta ser de uma pessoa idosa e apresenta consistência translúcida, sendo possível enxergar o que está por detrás dela.
Ao compará-la com o ambiente circundante da residência, suspeitamos de imediato que a tal da aparição poderia ser apenas uma simples inserção digital realizada por meio de algum aplicativo para smartphone.
A busca inicial foi concentrada em procurar imagens iguais ao do alegado “fantasma”; e nós a encontramos. O tal “espectro”, realmente, é apenas uma imagem pré-configurada de um aplicativo para iPhone chamado Ghost Capture. Neste aplicativo é possível escolher entre 40 diferentes “fantasmas” e inseri-los em sua fotografia. Veja abaixo uma parcela da galeria de fantasmas disponíveis:
O “fantasma na escada” é justamente uma das imagens disponíveis no aplicativo. Nós podemos vê-lo, abaixo, em outra cena, desta vez flutuando em um quarto. O aplicativo oferece também a opção de configurar as assombrações para que elas aparentem serem mais sólidas ou mais translúcidas, além de configurar o seu tamanho e posição na fotografia.
Conclusão
O “fantasma na escada” é apenas uma burla digital criada por um aplicativo de smartphone.
Os ceticismo existe desde a origem da humanidade como aspecto doentio da natureza de quem duvidaria até da própria paternidade. Baseia suas assertivas no conhecimento parcial dos fatos desconsiderando, a priori, o lado positivo das rigorosas pesquisas que não conseguiram provar qualquer tipo de fraude, como no caso de Katie King. Crookes, um dos mais respeitados cientistas da época, a princípio era cético (mas não doentio) e chegou a hospedar a medianeira Florence Cook em sua casa mntando um laboratório especial para afastar qualquer tipo de fraude e convidando muitos dos seus colegas para com ele testemunhar a realidade do fenômeno. Você julga que alguém da envergadura de Willian Crookes arriscaria sua reputação perante comunidade científica britânica se não tivesse certeza de que Katie era realmente um espírito materializado? Seria inadmissível.
Carlos, qualquer pessoa que um dia se interessou pelo tema da vida após a morte conhece essas experiências de Crookes. Não precisa nos dizer. Você está contando uma história de quase 150 anos atrás e usando escancaradamente a falácia da autoridade.
Mas você demonstra completo desconhecimento sobre como Crookes já foi enganado algumas vezes, inclusive por médium fraudulento, talvez por você conhecê-lo apenas pela literatura espírita, que é sumariamente acrítica.
Nessa foto a falsificação é evidente. O rosto da idosa não confere com o volume do corpo foi algo inserido. Mas, aos céticos de plantão, conclamo jamais cometerem o crasso erro de nivelarem como falsas todas as fotos de espíritos, alguns totalmente materializados, como, por exemplo, as dezenas de fotografias de Katie King tomadas por Sir William Crookes no século retrasado. Procurem no Google e comprovem.
As fotografias de Katie King também sempre foram questionadas ao longo das décadas. Elas datam de quase 150 anos atrás. Estranho é que os alegados espíritos não tem oferecido material no mesmo padrão no momento de nossa tecnologia atual, quando dispomos de meios mais eficientes de segurança contra fraudes e pessoas mais treinadas em não serem enganadas.