(Crédito: Gettyimages)

Por Ronaldo Dantas Lins Filgueira

Reproduzido neste site com a permissão do autor

 Trabalho apresentado ao V Encontro Psi e XXVII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, promovidos pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP), Centro Integrado de Parapsicologia Experimental (CIPE) e Instituto Nacional de Pesquisas Psicobiofísicas (INPP), de 04 a 06 de setembro de 2009, em Recife.

RESUMO

Neste trabalho, traçaremos inicialmente algumas considerações sobre o conceito de fenômeno psi, de voz paranormal e transcomunicação instrumental. Abordamos em seguido os possíveis processos de produção das mesmas, que deve ser por ressonância estocástica e a produção de voz sintética obtida pelo mecanismo da combinação de frequências.

Fazemos, então, um paralelo entre as características da voz falada e da voz cantada, com ênfase na produção da frequência fundamental e entoação da voz. Buscamos identificar os fatores físicos, psíquicos e parapsicológicos que distorcem a produção da transcomunicação instrumental. Finalmente, com base em todo conteúdo analisado, propomos algumas causas para tentar compreender o porquê da grande frequência de vozes paranormais melodiosas.

1. EXPLICITAÇÃO DO PROBLEMA

Para compreendermos o conceito de vozes paranormais, é necessário definirmos fenômeno paranormal. Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso (1986: 257), denominam de psi ou paranormal a todo o fenômeno que, tendo o homem como elemento deflagrador, apresenta as seguintes características:

a) uma modalidade de conhecimento que uma pessoa demonstra de fatos físicos e/ou psíquicos, relativos ao passado, presente ou futuro, sem a utilização (aparente) dos sentidos e da razão, assim como de habilidades que não resultem de prévio aprendizado.

b) uma ação física que uma pessoa exerce sobre seres vivos e a matéria em geral, sem a utilização de qualquer extensão ou instrumento de natureza material.

Por sua vez, transcomunicação é uma palavra formada por “trans”, de origem latina, que significa “através de”, “para além de”, e pela palavra “comunicação”; derivada do latim “communicatione”, significando o ato ou efeito de emitir, transmitir ou receber mensagens.  Portanto, etimologicamente, transcomunicação significa a transmissão de uma mensagem para além dos meios convencionais.

O acréscimo do termo instrumental significa que este ato é feito através de um elemento intermediário, um instrumento; em particular, este instrumento é um aparelho eletrônico. Desta forma, tecnicamente, transcomunicação instrumental é a recepção, transmissão ou emissão de mensagens de natureza psi através de aparelhagem eletrônica. A professora Sônia Rinaldi (2000: 7) afirma que o físico e engenheiro alemão Ernst Senkowski foi o criador deste termo, na década de 80.

Segundo Clóvis Nunes (1998: 41), na transcomunicação instrumental podem ser transmitidas imagens (transimagens) ou sons (transons). Estes sons comumente são de vozes humanas, podendo seu registro se dá por gravadores, computadores ou outro meio eletrônico, sendo denominados de vozes paranormais.

Quanto à musicalidade, as vozes eletrônicas paranormais podem se expressar sob as formas melodiosas e não melodiosa, ou seja, cantada ou falada. Temos observado, e outros transcomunicadores antes de nós, que uma boa parte das vozes paranormais é cantada, não havendo, até o momento, uma justificativa razoável para isto. Nosso objetivo, neste trabalho, é buscar subsídios que possam nos esclarecer sobre a razão desta ocorrência. Sônia Rinaldi (2000: 93) faz comentários sobre este fato que transcrevemos a seguir:

“Em sua imensa maioria os contatos têm uma entonação, ou mesmo, uma musicalidade marcante e especial. Os comunicantes nunca falam como nós falaríamos.  Uma de nossas associadas Rose Cassiano (SP), conhecedora de música, chegou a desenvolver um estudo sobre o tema. Tomamos 50 casos de vozes paranormais e comparo-as com frases idênticas gravadas por humanos.”.

A pesquisadora conseguiu verificar que as gravações paranormais diferiam em sua grande totalidade da mensagem falada, sendo carregada de uma musicalidade que comumente não utilizamos em nossas conversações diárias.

2. COMO SE EFETUA A PRODUÇÃO DAS VOZES PARANORMAIS

2.1. Ressonância Estocástica

Este efeito bastante conhecido da eletrônica, conforme Newton Braga (2006: 12-16), consiste em que “se existir num sinal uma informação (som) cuja intensidade esteja abaixo do nível de sensibilidade dos nossos ouvidos ou de um equipamento registrador, a adição de um ruído de fundo (ruído branco) pode reforçar esse sinal levando-o a um nível que possa ser ouvido ou registrado”, conforme as figuras 1 e 2.

Figura 1 – Sinal subliminar

 

Figura 2 – Sinal mais ruído

Os principais tipos de ruído são o branco, cujo espectro se mantém constante, independentemente da frequência, com a amplitude numa ampla faixa de frequência, conforme a figura 3, e o ruído rosa, em que a amplitude do sinal diminui com a frequência, conforme figura 4.

Figura 3 – RUÍDO BRANCO

 

Figura 4 – RUÍDO ROSA

O professor Newton Braga acrescenta, ainda, que no caso das experiências do estoniano Friedrich Jürgenson, o ruído de fundo foi o barulho produzido pelo vento e pelas folhas das árvores (ruído branco).

A hipótese seria que a voz paranormal consistiria em um tipo de infrassom (frequência inferior a 20 Hz, não audível pelo ser humano), que passaria para a zona do audível através de sua captação por aparelhagem eletrônica, com o uso de um substrato sonoro de fundo, que na prática da transcomunicação instrumental clássica é feita com o ruído branco ou outro mais adequado como uma bolha de vozes humanas ou grupos de fonemas.

2.2. Sintetização da Voz

O Dr. Pistori (2004: 12), afirma que a voz é o meio de comunicação primário entre as pessoas.  Progressos significativos têm sido feitos na área de síntese de voz, que nada mais é que a geração automática de sinais de áudio que simulam a fala.  Os sintetizadores mais recentes têm uma alta inteligibilidade, e a naturalidade e qualidade da voz, se ainda não estão perfeitas, satisfazem os mais variados tipos de aplicação.

Os procedimentos de síntese de voz são divididos em duas etapas: A primeira é a análise do texto, comumente chamada de síntese de baixo nível, em que a cadeia de entrada é transcrita em alguma forma de representação fonética ou outra representação linguística.  A segunda consiste na geração dos sinais de áudio, usualmente chamada de síntese de alto nível.

2.2.1. Métodos de síntese de voz

Os sintetizadores podem ser classificados, quanto à metodologia empregada, em três grupos:

a) Síntese por concatenação: Em que usamos arquivos de som pré-gravados, contendo as palavras ou sentenças inteiras. Esse método garante alta naturalidade e qualidade de voz, mas limita-se ao poder do dicionário de palavras. Sistemas que utilizam este método trabalham com uma base de arquivos de som pré-gravada, em que cada arquivo é comumente associado a um fonema.  Os sons dos arquivos vão sendo concatenados conforme os fonemas são gerados a partir da cadeia de entrada, comumente um texto já em formato digital.  Esta é a abordagem que atinge a maior naturalidade e inteligibilidade do som, porém utilizando um maior espaço de memória.

b) Modelo vocal: Baseia-se no modelo do aparelho vocal humano. Mantendo um conjunto de regras que simulam a língua, os lábios e as cordas vocais, o sistema imita a voz humana ao produzir ressonância e articulação. Esse tipo de síntese se mostra muito complexo, sendo pouco utilizado atualmente.

c) Combinação de frequência: Segundo Castro (2004: 17-18), fundamenta-se em sistema de combinação frequências que resulta em uma expressão vocal determinada. A entrada é processada por um conjunto de ressonadores onde cada um gera a saída equivalente a um som vocal. No final a saída gerada por todos os ressonadores é somada, produzindo um fonema. A disposição dos ressonadores na estrutura de processamento pode variar a cada sintetizador de voz.  Esse método algumas vezes é chamado de formant synthesis porque ele modela apenas a fonte de som e as frequências formadoras.

3. DIFERENÇA ENTRE VOZ FALADA E VOZ CANTADA

Antes do processo de combinação, os parâmetros descritos foram testados separadamente a fim de se determinar seus desempenhos individuais.  As regras apresentadas a seguir foram estabelecidas após a realização de testes de otimização, que consistiram numa análise cuidadosa dos valores assumidos pelos parâmetros, de modo que se pudessem escolher os limiares entre voz e música que resultassem nos melhores resultados.

Cerca de 30% dos sinais presentes na base de dados apresentada foram aleatoriamente escolhidos para esta etapa.  Esses sinais foram excluídos dos testes finais de forma que os principais parâmetros que diferenciam a voz falada da cantada são os descritos a seguir.

3.1. Proporção de Frequências Fundamentais Elevadas

O MIDI (Musical Instrument Digital Interface) é um formato de representação de música e não um formato de áudio.  Um arquivo MIDI armazena informações sobre cada nota e/ou instrumento, e a partir dessas informações, um sintetizador reproduz os sons.  Por isso, um arquivo MIDI geralmente produzirá um arquivo muito menor do que a mesma música em Wave ou qualquer outro formato.

Identificou-se que se a proporção de valores MIDI iguais ou maiores que 100 superar 0,1%, o sinal será considerado voz; caso contrário, será considerado música.  Alcançou-se uma precisão de 94,0% para sinais de voz e 93,6% para sinais de música.  Estes resultados são muito bons, visto que foram obtidos usando-se apenas uma variável.

3.2. Prevalência da Frequência Fundamental Principal

Se o pico dominante do histograma concentra mais de 18,5% das ocorrências, o sinal é classificado como voz; caso contrário é classificado como música.  A precisão alcançada por este parâmetro foi de 79% para voz e 76% para música.  Este parâmetro produziu resultados relativamente pobres quando considerado individualmente; entretanto, ele provê informações importantes quando combinado com os demais.

3.3. Variabilidade da Frequência

Se seu valor é menor que 5,24, o sinal é classificado como voz; caso contrário, é classificado como música.  A precisão obtida por este parâmetro foi de 84,7% para voz e música.  Como no caso do parâmetro anterior, a variabilidade da frequência individualmente não é muito útil, mas fornece informações valiosas quando combinada com os outros parâmetros.

Conforme Jayme Garcia Arnal Barbedo e Amaury Lopes (2007: 296-298), “A análise do desempenho individual revela que o primeiro parâmetro sozinho, possui precisão suficiente para várias aplicações.  Porém, foi observado que a combinação dos três parâmetros leva a melhores resultados. Antes da combinação, os parâmetros foram escalados de tal maneira que eles assumem somente valores entre –1 e 1.  Quanto mais negativo é seu valor, maior é a probabilidade de que o sinal correspondente seja voz. De maneira equivalente, quanto mais positivo é o valor, maior é a probabilidade de que o sinal seja música. Após vários testes, uma, combinação aritmética simples entre os parâmetros foi escolhida, porque produz bons resultados com uma insignificante complexidade computacional associada: comb = 1/7 (5.A+ B+C), onde A, B e C são os parâmetros apresentados anteriormente.  A classificação final é dada pela seguinte regra: se comb é negativo ou zero, o sinal é classificado como voz; do contrário, é classificado como música.”

3.4. Entoação da Voz

Ademais, temos que a entoação é um fenômeno prosódico da voz humana que possui três aspectos que lhe caracterizam: a frequência do fundamental, a variação da curva melódica e a variação da curva da intensidade. A duração – extensão dos sons no tempo – é também um fator determinante na análise da entoação.

“A primeira diferença significativa observada na vogal final de certas palavras é que na voz cantada a sua duração é muito longa.”

Na voz cantada, a sua altura sofre oscilações em grande parte de sua realização, ora chegando a níveis altos de mais de 200 Hz, ora chegando a níveis médios de aproximadamente 160 Hz. Na sua parte final, o nível de altura eleva-se para mais de 200 Hz, que é um nível considerado muito alto. Já na voz falada, o nível de altura permanece baixo, com 88 Hz, do início ao fim de sua realização.

A intensidade dessa vogal possui, na voz cantada, um nível médio de aproximadamente 35 dB, em grande parte de sua realização, decrescendo em sua parte final para menos de 30 dB. Na voz falada, sua intensidade permanece em níveis baixos, menos de 20 dB, durante toda sua realização.

Essas vogais átonas finais, na voz cantada, caracterizam-se, pois, por uma variação gradual, observada tanto em sua frequência, como em sua intensidade, variação essa, sensivelmente percebida, devido à longa duração da vogal.

“Conforme André Carlos (2008), ao contrário do que ocorre na voz cantada, as vogais átonas finais, na voz falada, são produzidas com curta duração, com uma visível queda no nível da intensidade e um decréscimo constante da frequência do fundamental, que atinge um baixo nível de altura no fim de sua realização.”

4. FATORES QUE DISTORCEM A VOZ PARANORMAL

4.1. Função de Apelo

Conforme o professor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1985: 1473) a voz é uma modalidade de som, portanto, tem todas as características do mesmo.  Aurélio Buarque de Holanda define a voz humana como sendo “um som ou um conjunto de sons emitidos pelo aparelho fonador”.

Em sua tese de mestrado, o engenheiro Malcon Anderson Tafner (1996: 12), comenta que em 1934, KARL BÜHLER, um pesquisador alemão que conduziu um dos primeiros estudos científicos sobre a audição vocal, comentava em seu livro Sprachtheorie (“Teoria da Fala”) que qualquer emissão humana – falada, cantada ou até mesmo uma simples exclamação – apresenta 3 funções.

1 – Função de representação – a voz comunica alguma coisa, ou seja, seu uso está relacionado ao conteúdo da mensagem verbal.

2 – Função de expressão – a voz revela alguma coisa do falante, como sua idade, seu nível sócio-econômico-cultural, seu estado emocional, etc.

3 – Função de Apelo – a voz deseja e provoca uma reação no ouvinte, o que significa que existe sempre uma intenção, frequentemente inconsciente, no tipo de voz que se utiliza no discurso.

A música provoca no ouvinte um sentimento que extrapola o racional e envolve o emocional. Além de se prestar mais atenção a um conteúdo musicado, este é de melhor fixação e evocação.  Estes fatores, de alguma forma inconsciente, parecem facilitar a deflagração da voz paranormal na modalidade cantada.

4.2. Distorção Eletromagnética

A nossa voz sofre uma distorção quando gravada por causa do processo de gravação. Ou seja, na hora de traduzir a voz para ondas elétricas (que vão ser gravadas), há uma perda de qualidade, de precisão, da sua voz.

A fita cassete é uma fita magnética, formada geralmente por óxidos de ferro.  Numa fita virgem, a película de óxido não é polarizada. Numa gravação, o gravador converte os sinais sonoros em sinais eletromagnéticos, que são “impressos” na fita, através de polarização de seus eletroímãs.

Durante a reprodução, ocorre o contrário: os sinais eletromagnéticos são convertidos em ondas sonoras. Durante este processo, pode-se perder a qualidade dos sinais sonoros, devido a interferências eletromagnéticas, que desorientam a película de óxido de ferro.  Por isso, se você deixar uma fita perto de televisão, ou qualquer outro aparelho eletrônico, a fita “estraga”.

Para a gravação, os itens mais importantes são o isolamento e tratamento acústico do estúdio, e os microfones, (para o caso de gravação de voz, e de instrumentos acústicos), os instrumentos elétricos, eletrônicos, e os acessórios eletrônicos, não dependem de tratamento acústico do ambiente se forem gravados diretamente, mas devem ser sempre de boa qualidade.

A nossa voz sofre uma distorção quando gravada por causa do processo de gravação. Ou seja, na hora de traduzir a voz para ondas elétricas (que vão ser gravadas), há uma perda de qualidade, de precisão, da sua voz.  E é por isso que percebemos certa modulação na voz gravada.

No caso da voz paranormal todas estas distorções estão presentes o que faz com que a voz original se encontre deformada, modificada, degenerada, apresentando modificações como alongamento de seu comprimento o que acarreta aumento da duração e entonação melodiosa.

4.3. Princípio Transformativo e Degeneração da Massa

O Princípio Transformativo da mente foi identificado por nós no ano de 1989, consistindo no seguinte: As imagens perceptuais da mente são transformadas do objeto percebido. Para que este processo ocorra, a mente utiliza o efeituador transformativo que apresenta um componente geral e um específico. Esse é comum a todas as mentes, elaborando sintática (forma) e semanticamente (conteúdo) o material percebido, resultando respectivamente nos arquétipos e nas transformações topológicas.

Como conciliar o aspecto sintático do efeituador transformativo com a constatação, feita anteriormente, que a mente “capta” informação de natureza semântica e não sintática.

Verificamos que: “Determinada forma, no seu trajeto do objeto de percepção até à mente, bem como, sua elaboração intrínseca por esta, parece sofrer um desvio estrutural que preserva as propriedades topológicas como conexão e compacidade e altera outras como a distância.

Supondo que os fenômenos de Psi-gama ocorrem como homeomorfismo entre espaços topológicos, figuras topologicamente idênticas poderiam ser percebidas como a mesma figura, resultando em erro na avaliação estatística.

Especificamente temos que as cinco figuras do baralho Zener, numa abordagem topológica, são apenas três: o círculo é idêntico ao quadrado e a cruz é idêntica à estrela. Assim, experimentos considerados como de baixo índice de acertos, poderão ter, na realidade, um alto índice de êxitos.

“Para evitar este erro, o professor Ronaldo Dantas Lins (2000: 259-261) propõe um baralho constituído por figuras topologicamente distintas, como por exemplo, onda, cruz, coroa circular (circulo), interrogação e o símbolo do infinito ou o número oito”.

A questão em apreço poderá ser respondida da seguinte maneira: A informação apreendida é de natureza semântica submetendo-se a alterações do efeituador transformativo, recebendo posteriormente a roupagem sintática do sistema de sinais da mente, situada na extremidade induzida.

Este sistema de sinais corresponde, mas não obrigatoriamente equivale ao existente na mente situada na extremidade indutora. Verificamos, assim, que a transformação topológica percebida na forma não é direta, mas consequência da elaboração semântica da informação.

O componente específico do efeituador transformativo é particular para cada projeção holográfica, consequência de suas experiências externas e internas. Apresenta também um aspecto semântico (tendência para apreender melhor determinados conteúdos, ressonante com a memória e perfil psíquico do agente) e um aspecto sintático (preferência por determinada forma ou imagem).

Além da estrutura arquetípica, o espaço e o tempo são elementos do aspecto semântico do componente geral do efeituador transformativo.

Em suma temos:

O desvio da forma no processo psigâmico produzirá uma menor ou maior deformação da imagem alvo. Pretendemos obter uma representação a mais fiel possível da imagem a ser apreendida. Na prática o Agente Psi confiável tem um mínimo de erro, ou mesmo nenhum.

O professor Geraldo Sarti, em seus trabalhos “O Princípio Transformativo da Mente: – Desvio da Forma e Degeneração da Massa” e “Ganzfield e Psi”, estende este Princípio aos fenômenos de psi kapa ao postular a existência de um “operador de massa a+ que é uma mudança na transformação da geometria em massa”, propondo ainda que “a+ é genérico e m0 pode ser qualquer (SARTI), com qualquer forma (RONALDO DANTAS)”, implicando em degeneração da massa.

Sarti chama a isto de “Resistência ao Link mente – matéria, um fator implícito que impede a significação sintática do pensamento sob pena de provocar a indistinguibilidade entre o objeto representado e a representação mental dele”.

Ao longo de seu raciocínio, o Dr. Sarti (2009) argui que “estruturalmente, o desvio da forma é concomitante à degeneração da massa (e da energia)” e “o pensamento projeta tanto a matéria como sua forma”.

Esta proposta do Dr. Sarti é perfeitamente aplicável a transcomunicação instrumental (TCI), acarretando a deformação, degeneração do material sobre o qual se opera a gravação, produzindo transformações topológicas. Lembramos que a voz cantada é uma transformada topológica da voz falada.

5. PROPOSTA DE MODELO PARA A OBTENÇÃO DAS VOZES PARANORMAIS MELODIOSAS

Após estas considerações, propomos que as vozes paranormais apresentam-se na maioria das vezes na forma melodiosa, cantada, devido aos seguintes fatores:

1 – A voz paranormal consistiria em uma voz sintética produzida pelo mecanismo da combinação de frequências. Provavelmente é produzida com uma certa velocidade v é reproduzida pelos nossos aparelhos com uma velocidade menor, o que dá a sensação de uma certa melodiosidade

2 – Prevalência e maior proporção da frequência fundamental em decorrência do princípio do menor dispêndio de energia visto que se efetua em função de números inteiros; isto provoca na mensagem um caráter de musicalidade.

3 – A função de apelo, produzida pelo psiquismo inconsciente, provoca uma reação emocional e uma maior atenção no receptor e no emissor. A forma poética presta-se melhor a isto, apresentando seu máximo de eficácia na modalidade cantada.

4 – As inúmeras etapas de transformações para se efetuar a gravação e para ouvi-la, provocam distorções que se acumulam (interfaces onda sonora/onda eletromagnética, sinal analógico / sinal digital e a reversão de todo este processo para poder finalmente se ouvir a voz gravada).  Uma das consequências de todos estes processos é a degeneração da onda, provocando um aumento de seu comprimento e de sua duração, acarretando uma entonação musicada.

5 – O psiquismo transforma os conteúdos apreendidos paranormalmente bem como atua sobre o mundo físico, conforme o princípio transformativo da mente (RONALDO) estendido a atuação sobre a matéria (SARTI).  Em nosso entender esta transformação que provoca a degeneração da massa também é topológica. Compreendemos que ao atuar sobre os mecanismos eletrônicos, o psiquismo atua transformando suas unidades moleculares, atômicas ou intraatômicas de forma a preserva as propriedades topológicas.  O aumento na duração das sílabas bem como a abundância da frequência fundamental são transformações topológicas e estas modificações provocam a percepção de uma voz melodiosa, cantada.

6. CONCLUSÃO

Devido a sua natureza interdisciplinar o estudo da Parapsicologia requer um conhecimento abrangente e diversificado de várias partes do conhecimento humano; a arte, e em particular a música, está inserida neste conjunto, tendo merecido aqui um tratamento mais particularizado.  De tudo o que foi analisado neste trabalho, podemos concluir que fatores de natureza mecânica, eletromagnética, psicológica e parapsicológica atuam em conjunto de forma sinérgica, no sentido de provocar modificações na voz gravada produzindo sua musicalidade.

Desta forma, são inúmeros os parâmetros envolvidos na produção desta modalidade de fenômeno paranormal e apresentamos aqui apenas algumas pistas que poderão propiciar, no futuro, um melhor aprofundamento e compreensão dos mecanismos em questão e, nesta busca deverão surgir muitas indagações.

Devemos refletir sobre as hipóteses existentes e verificar ou não suas viabilidades, analisando os aspectos prós e contra de cada uma, bem como, procurar melhores modelos.

REFERÊNCIAS

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BORGES, Valter da Rosa; CARUSO, Ivo Cyro. (1986).  Parapsicologia: Um Novo Modelo (e outras teses).  Recife: FASA. 264 pp.

BRAGA, Newton C. (2006). Eletrônica Paranormal – Projetos para outra dimensão. São Paulo: SABER. 71 pp.

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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: NOVA FRONTEIRA. 1499pp.

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NUNES, Clóvis Souza. (1998). Transcomunicação – Comunicações tecnológicas com o mundo dos “mortos”. Sobradinho: EDICEL. 4ª Edição. 276 pp.

PISTORI, H. (2003). Tecnologia Adaptativa em Engenharia de Computação: Estado da Arte e Aplicações. Tese de Doutorado da Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. 174 pp.

RINALDI, Sônia. (2000).  Transcomunicação Instrumental – Espiritismo e Ciência. São Paulo: DPL 134 pp.

SARTI, Geraldo dos Santos (2009). O Princípio Transformativo da Mente: – Desvio da Forma e Degeneração da Massa e Ganzfield e Psi. http://www.parapsicologia-rj.com.br/menu/artigos_sarti.htm. Recuperado em 10/06/2009.

TAFNER, Malcon. (1996.). Anderson. Reconhecimento de Palavras Faladas Isoladas Usando Redes Neurais Artificiais. Dissertação de Mestrado em Engenharia. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

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Ronaldo Dantas Lins Filgueira é matemático, médico, bacharel e pós graduado em direito, parapsicólogo, hipnólogo e astrônomo amador.

FILIAÇÕES INSTITUCIONAIS

. Membro da Associação Íbero-Americana de Parapsicologia

. Membro da Associação Brasileira de Parapsicologia

. Presidente do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas

. Membro Pleno da Parapsychological Association – Estados Unidos da América

. Membro da União Brasileira de Escritores

. Membro da Associação dos Parapsicólogos de Pernambuco

. Membro da Sociedade Pernambucana de Hipnose Médica

. Membro da Academia Pernambucana de Ciências

. Membro da Associação Pernambucana dos Transcomunicadores

. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Transcomunicação Instrumental Ivo Cyro Caruso

. Membro da Sociedade Astronômica do Recife

. Membro da Associação dos Astrônomos de Pernambuco

. Membro da Academia Brasileira de Marketing

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